O estado do Maranhão enfrenta um desafio crescente no combate ao HIV. Dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) revelam que, entre 1985 e 2024, foram registrados 26.615 casos do vírus. A epidemia reflete um cenário preocupante que, portanto, demanda esforços contínuos de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
Crescimento dos casos e perfil epidemiológico
Desde que o HIV passou a ser uma notificação compulsória no Brasil, em 2014, os dados se tornaram mais precisos. Assim, foi possível evidenciar o aumento dos casos em diversas regiões, incluindo o Maranhão.
No estado, o perfil mais comum das pessoas infectadas apresenta as seguintes características:
- Sexo predominante: Masculino (17.033 casos).
- Faixa etária mais afetada: 20 a 49 anos.
- Raça/cor: Pardos, de acordo com registros da SES.
- Escolaridade: Ensino médio completo é predominante.
Além disso, cerca de 9.582 casos foram registrados em mulheres. Por isso, há a necessidade de desenvolver estratégias específicas para esse público.
Ações de prevenção e conscientização
Durante o Dezembro Vermelho, o governo estadual intensifica diversas ações voltadas para a prevenção do HIV e conscientização sobre a AIDS. Essas iniciativas têm como principal objetivo reduzir a transmissão do vírus e promover o diagnóstico precoce.
Entre as atividades desenvolvidas estão:
- Realização de testes rápidos de HIV: Disponibilizados em unidades de saúde para facilitar o acesso.
- Distribuição de preservativos: Que busca ampliar a proteção em diferentes comunidades.
- Palestras e eventos educativos: Planejados para alcançar diferentes faixas etárias.
- Campanhas de mídia: Focadas em quebrar estigmas, além de incentivar a testagem regular.
Por conseguinte, essas estratégias têm contribuído para aumentar o conhecimento sobre o vírus.
Dados alarmantes de novos casos e óbitos
Embora as ações de prevenção sejam intensificadas, o número de casos continua a crescer. Em 2023, por exemplo, foram registrados quase 2.000 novos diagnósticos nos primeiros nove meses do ano.
Além disso, outro dado preocupante é o aumento das mortes relacionadas ao HIV/AIDS. Em 2022, o estado contabilizou 385 óbitos, representando um aumento de 18% em relação à década anterior.
Desafios para o futuro
Ainda assim, o Maranhão enfrenta barreiras significativas no combate ao HIV. Entre os principais desafios estão:
- Falta de acesso em áreas remotas: Muitas regiões carecem de infraestrutura adequada para diagnóstico e tratamento.
- Estigmatização e preconceito: Que, infelizmente, afastam muitas pessoas do atendimento de saúde.
- Falta de adesão ao tratamento: Uma parte considerável dos pacientes diagnosticados não segue corretamente o tratamento antirretroviral.
Portanto, para superar esses desafios, é essencial que o estado continue investindo em campanhas educativas e políticas públicas que garantam acesso universal à saúde. Com isso, será possível reduzir a incidência do HIV e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.