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O deputado estadual Wilson Santos (PSD) criticou a presença de policiais militares em funções administrativas em Mato Grosso e propôs que esses profissionais sejam substituídos por civis, liberando o efetivo para atuar nas ruas. A declaração foi feita durante entrevista à Rádio Cultura, onde o parlamentar abordou o aumento da criminalidade, o avanço de facções criminosas e a necessidade de maior presença policial nas ruas.
Segundo Wilson, mais de 600 policiais militares ocupam cargos administrativos que poderiam ser substituídos por servidores civis. Ele destacou que apresentou um projeto sobre o tema em 2015, mas que a proposta não avançou na Assembleia Legislativa.
“Há mais de 600 policiais em serviços administrativos que podem ser trocados por civis. A Assembleia, por exemplo, conta com mais de 70 policiais e poderia tranquilamente ter uma polícia legislativa própria, sem tirar efetivo da Polícia Militar. Apresentei esse projeto, mas falta coragem da mesa diretora para colocá-lo em pauta. É necessário colocar esses policiais onde eles são mais necessários: nas ruas,” afirmou.
Wilson também criticou a ausência do estado nas periferias, destacando que o avanço do crime organizado está diretamente ligado ao abandono social dessas áreas.
“Se eu fosse governador, criaria uma secretaria de segurança integrada à ação social. Perdemos a periferia porque o estado não está presente com esporte, cultura e assistência social. Onde o estado não chega, o crime organizado toma conta. Segurança e ação social precisam caminhar juntas,” defendeu.
O deputado relembrou um episódio ocorrido em 2020, durante a campanha eleitoral, em que foi impedido por membros de uma facção criminosa de realizar atividades no bairro João Bosco Pinheiro, em Cuiabá. Ele denunciou o caso à Secretaria de Segurança Pública na época e afirma que foi o terceiro parlamentar a relatar ameaças semelhantes.
Wilson afirma que o avanço do crime organizado vem sendo denunciado por ele há vários anos. Também relembrou um fato na campanha de 2020, quando foi proibido por bandidos de fazer campanha em um bairro da capital.
“O secretário de segurança na época me disse que eu era o terceiro deputado a falar sobre isso. Enquanto isso, o crime segue avançando, principalmente nas áreas mais vulneráveis,” alertou.
Wilson elogiou as recentes mudanças promovidas pelo governo estadual na Secretaria de Segurança Pública e no comando da Polícia Militar, mas reforçou que ações mais estruturais, como a retirada de policiais das funções administrativas e maior atenção às periferias, são fundamentais para combater o avanço do crime organizado no estado.
Zeze 03/12/2024
Concordo, tem vários pms emprestados e voltar para rua as coisas muda. Tem civil emprestado também que pode reverter também o trabalho da Policia investigativa.
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