A deputada federal Coronel Fernanda (PL) gerou polêmica ao afirmar que, caso sua filha fosse vítima de estupro e engravidasse, a incentivaria a continuar com a gravidez.
Durante um evento do PL na noite de segunda-feira (2), a parlamentar afirmou que não acreditava que “vingar-se” do bebê seria a solução e destacou que a criança gerada não seria responsável pelo crime.
"A criança não é o marginal. O criminoso foi quem cometeu o estupro", disse Fernanda, defendendo que o agressor fosse severamente punido, mas a gravidez seguisse seu curso.
A fala de Coronel Fernanda vem em meio à aprovação, pela Câmara dos Deputados, da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe o aborto no Brasil, mesmo em situações previstas por lei, como em casos de risco de morte para a gestante, gravidez resultante de estupro e anencefalia fetal.
A PEC foi aprovada em 27 de novembro com 35 votos a favor e 15 contra, com o apoio de deputados de Mato Grosso, incluindo a própria Fernanda, Coronel Assis (União) e Juarez Costa (MDB).
A medida gerou críticas, como a da senadora Margareth Buzetti (PSD), que chamou a proposta de 'agressão'.
Em resposta, Fernanda afirmou que a senadora estava mal informada e que a PEC será tratada diretamente na Constituição, sem retirar os direitos previstos por lei para a realização do aborto.