Uma pesquisa publicada na revista Current Biology revelou que chimpanzés machos violentos podem ter mais descendentes, com a agressão sendo uma estratégia para intimidar as fêmeas.
O estudo, liderado por Joseph Feldblum, antropólogo da Universidade de Duke, investigou o comportamento de um grupo de chimpanzés no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, durante 50 anos.
Através de observações detalhadas e testes genéticos que determinaram a paternidade, os cientistas concluíram que os machos que agrediam as fêmeas fora do período fértil obtiveram uma taxa de paternidade significativamente mais alta do que aqueles que agrediam durante o cio das fêmeas.
Isso sugere que a violência, além de ser comum entre os chimpanzés, tem uma forte conexão com seus rituais reprodutivos.
O estudo lança luz sobre um comportamento complexo que pode ser uma estratégia evolutiva para aumentar o número de descendentes.
“Essa prática pode ser vista como uma tentativa dos machos de aumentar sua probabilidade de paternidade, utilizando a agressão como forma de intimidação”, explicou Feldblum.
Este estudo contribui para o debate sobre a coerção sexual em chimpanzés, um tema que gerou controvérsias e foi debatido por vários pesquisadores ao longo dos anos.