A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) participou nesta terça-feira (18.03), da Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT) para debater o Projeto de Lei n°1833/2023, de autoria do Deputado Estadual Gilberto Cattani, sobre distância de aplicação de defensivos em Mato Grosso.
Na ocasião, o vice-presidente sul da Aprosoja MT, Fernando Ferri pontuou que a instituição é favorável ao Projeto de Lei, pois reconhece que os produtores rurais utilizam as tecnologias de aplicação que preservam o meio ambiente e garante a segurança no uso dos defensivos agrícolas.
“Entendemos que é uma coisa essencial e vital para a agricultura mato-grossense, uma vez que o Mato Grosso é um grande produtor mundial de alimentos. Se houver uma restrição ou aumento para 300 metros, como o deputado Lúdio Cabral está sugerindo, teremos uma perda de produção. Uma menor oferta ocasionará uma maior pressão no preço dos alimentos”, pontuou.
O deputado estadual Gilberto Cattani, destacou que o objetivo é regularizar as distâncias para que os pequenos produtores possam continuar produzindo, sem comprometer o meio ambiente. O PL traz distância zero para pequenos com menos de quatro módulos.
“Ninguém quer envenenar ninguém. Nós queremos sobreviver e fazer com que as outras pessoas também sobrevivam e tenham o direito de fazer isso. Tenham o direito de se alimentar”, destacou.
Em consonância com Cattani, o médico especialista em saúde ocupacional e toxicologista clínico pela Unicamp, Dr. Ângelo Zanaga Trapé, apontou que as alegações sobre intoxicação em massa por defensivos são distorcidas e não condizem com a realidade.
“As apresentações feitas da parte técnicas mostraram claramente que a aplicação adequada, a tecnologia de aplicação correta, determina uma deriva muita pequena de produto desde que aplicada corretamente. Na minha análise, o projeto de lei do deputado Cattani tem toda razão de ser viabilizado, sem trazer compromisso para a saúde dos agricultores. Aos agricultores que colocam comida na nossa mesa, eu agradeço muito e respeito muito”, aponta.
Representando os produtores rurais de Mato Grosso, o produtor e delegado coordenador de Tapurah, Regis Adriano Porazzi, alertou que o cenário é de insegurança e que as ideologias estão afetando diretamente os pequenos produtores rurais.
“É um cenário de insegurança que nós estamos vivendo nesse momento. São várias ideias, várias ideologias. Se for aprovado esses 300 metros, o agronegócio do pequeno produtor rural vai ficar seriamente afetado, se não inviabilizado. Propriedades poderão perder significativas porcentagens de área produtiva”, alertou.
Ao final, o Deputado Estadual Diego Guimarães agradeceu aos produtores rurais que estavam presentes e destacou a conservação de cerca de 80% das áreas preservadas em prol da sociedade.
“Nós estamos falando de produtores que preservam 80% em favor da sociedade. Você cuida do fogo que pode passar nessa área, você cuida dos mananciais, onde tem uma nascente você protege, você zela por aquilo ali, em favor dos meus filhos que moram na cidade. Por que pode usar o defensivo agrícola ou o agrotóxico na lavoura? Porque é o estudo, a regulamentação, porque produz alimento para que as pessoas não morram de infarto, não morram de câncer e não morram de fome”, finalizou.
A Aprosoja MT reforça seu compromisso com a defesa do produtor rural, garantindo que as práticas adotadas sejam seguras e sustentáveis, destacando que qualquer alteração legislativa deve ser feita com base em estudos técnicos e científicos.
O Projeto de Lei, tema do debate na Assembleia Legislativa se encontra na pauta de deliberação plenária para o dia 19.03 (quarta-feira), momento no qual os debates deverão ser intensificados pelos parlamentares.
