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AGRONEGÓCIO Domingo, 23 de Fevereiro de 2025, 13:30 - A | A

Domingo, 23 de Fevereiro de 2025, 13h:30 - A | A

POTÊNCIA DO AGRO

Safra de grãos recorde impulsiona MT e o Centro-Oeste a destoar do resto do País em 2025

Crescimento econômico de Mato Grosso, Goiás Mato Grosso do Sul e Distrito Federal deve ser de 2,8% este ano, acima dos 2% projetados para 2024 na média do País

ESTADÃO

 

O Centro-Oeste deverá caminhar na contramão do resto do País e ser a única região a apresentar uma aceleração econômica em 2025. O desempenho econômico regional deve ser impulsionado, sobretudo, pelo resultado agrícola. A safra de grãos 2024/2025 será recorde e pode alcançar 322,25 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 8,1% na comparação com a de 2023/2024, prevê a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

 

A região, que já liderou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no País em anos anteriores, vê uma retomada após um período de desaceleração devido a fatores climáticos adversos. Em segundo lugar a região Norte, com evolução de 2,7%. Nordeste (2% de avanço), Sul (1,8%) e Sudeste (1,6%) completam o ranking.

 

O avanço da riqueza na região é confirmado por dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que mostram um crescimento expressivo no segmento private, o mais acelerado do Brasil. Na região, a média de crescimento do volume financeiro nos últimos três anos foi de 20,9%, segundo a Anbima. É o ritmo de alta mais acelerado do Brasil. No País, nesse período, o avanço foi de 9,3%.

 

Potencial de consumo


Impulsionada pelo bom desempenho da agropecuária ao longo dos últimos anos, o Centro-Oeste vê um efeito positivo do setor se espalhar para outras atividades econômicas. No ano passado, por exemplo, o potencial de consumo da região chegou a R$ 660,032 bilhões, o que é equivalente a 9,02% da participação do País, mostra a pesquisa IPC Maps.

 

Os Estados do Centro-Oeste mostram um crescimento consistente ao longo dos anos. Em 2015, por exemplo, a região alcançava um potencial de consumo de R$ 313 bilhões, o que representava 8,39% do País.

 

“Nesse período, o Centro-Oeste registrou um crescimento real. Foi a primeira vez que a região ultrapassou o patamar de 9%”, afirma Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pelo estudo. “Isso mostra que parte desse dinheiro de safra acaba ficando na mão da população e melhorando o consumo.”

 

No setor imobiliário, a força de consumo também tem se revelado. De 61 cidades pesquisadas, Goiânia ocupava o quarto lugar no Índice de Demanda Imobiliária para imóveis de padrão econômico (R$ 115 mil e R$ 575 mil); a primeira posição no recorte para padrão médio (de 575 mil a R$ 811 mil) e a segunda colocação na categoria alto padrão (a partir de R$ 811 mil).

 

“Goiânia é o centro do agronegócio brasileiro. É próximo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, norte de São Paulo, oeste da Bahia, Tocantins”, afirma Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). “Ela tem rodovias, aeroportos, um complexo de saúde, lazer, boas universidades. Está próxima de Brasília e oferece qualidade de vida por um custo menor do que nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro.”

 

O Índice de Demanda Imobiliária se refere ao quarto trimestre do ano passado. Ele é calculado pelo Ecossistema Sienge, tem a metodologia do Grupo Prospecta e parceria da Cbic. O índice considera pontos como demanda, dinâmica econômica das cidades e oferta de imóveis.

 

No ano passado, de acordo com dados da Cbic, foram vendidas 24.923 unidades no Centro-Oeste, o que representou uma participação nacional de 6,4%. Em 2023, foram comercializadas menos unidades (20.409), ou 6,2% do total nacional. Os dados englobam as regiões metropolitanas de Campo Grande, Cuiabá e Goiânia, além de Brasília, Anápolis, Lucas do Rio Verde e Sinop.

 

“O crescimento do agronegócio tem dinamizado a economia do Centro-Oeste e influenciado os setores de serviços e de imóveis”, afirma Leandro Karam, coordenador da comissão de private da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). “É um aquecimento de toda uma cadeia. O agro acaba trazendo desenvolvimento para a região em função do excesso de liquidez que o setor tem gerado.”

 

 

 
 
 

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