Uma mulher transgênero indonésia foi condenada a dois anos e dez meses de prisão por “violar a moral pública” após compartilhar um vídeo no TikTok no qual brincava sobre Jesus Cristo precisar cortar o cabelo. A sentença foi criticada, nesta terça-feira (11), por organizações de direitos humanos.
O comentário pelo qual condenaram Ratu Thalisa, que tem 442 mil seguidores no TikTok, foi uma resposta a um usuário da plataforma que, em outubro de 2024, disse a ela para cortar o cabelo “como um homem”, explicou a Anistia Internacional (AI) da Indonésia em um comunicado.
A influenciadora foi presa quatro dias depois, após vários grupos cristãos denunciá-la por suposta blasfêmia, até que foi finalmente condenada na segunda-feira por transmitir informações eletrônicas “que incitam e convidam outras pessoas com o objetivo de causar ódio ou hostilidade contra indivíduos com base na religião”.
A decisão, emitida por um tribunal de Sumatra do Norte, foi baseada na Lei de Informações e Transações Eletrônicas, que prevê penas de até seis anos de prisão para “violação da moralidade pública” e multas máximas de 61 mil dólares, embora neste caso o juiz tenha ordenado o pagamento de 6.100 dólares.
A AI acredita que esta sentença “é um atentado chocante à liberdade de expressão”, pois considera que Thalisa não incitou discriminação em seu vídeo, e por isso pediu às autoridades que anulem a sentença e libertem a mulher.
Desde 2018, pelo menos 121 pessoas foram condenadas por blasfêmia na Indonésia, muitas por comentários que insultavam religiões, de acordo com dados da AI.
*Com informações da Agência EFE
