O juiz João Zibordi Lara, da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo (691 km ao norte de Cuiabá), manteve a decisão de levar a júri popular os réus Inês Gemilaki, Bruno Gemilaki Dal Poz e Eder Gonçalves Rodrigues.
Eles são acusados pelos homicídios de Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo, além das tentativas de homicídio de outras vítimas, incluindo um homem conhecido como “Polaco”, que seria o verdadeiro alvo do crime.
A denúncia contra os três foi aceita em maio de 2024, quando também foi proferida a sentença de pronúncia.
As defesas tentaram recorrer, alegando que a qualificadora de motivo fútil deveria ser retirada, pois a dívida cobrada por “Polaco” já havia sido considerada improcedente em 2023. No entanto, o magistrado rejeitou o pedido, afirmando que essa questão deve ser analisada pelo Conselho de Sentença e reforçando que a dívida foi a motivação do crime.
Outro pedido das defesas foi a absolvição sumária de Inês pelo homicídio de “Polaco”, sob a justificativa de que sua arma ficou sem munição. O juiz, porém, destacou que ela participou ativamente do crime e que, embora seu disparo tenha falhado, Bruno efetuou tiros de calibre 12 contra a vítima. Dessa forma, a coautoria dela no crime foi mantida.
Relembre o caso
Segundo as investigações, Inês, seu filho Bruno e o cunhado Edson planejaram o crime após um longo desentendimento entre ela e “Polaco”. O conflito teve início quando “Polaco”, proprietário de um imóvel alugado por Inês, reclamou das condições da piscina da casa e instalou câmeras de segurança para monitoramento.
Incomodada por andar de lingerie dentro da residência, Inês desligou as câmeras e se recusou a pagar possíveis prejuízos, o que gerou uma disputa judicial vencida por ela.
Mesmo após a decisão favorável, “Polaco” teria contratado pessoas para pressioná-la. A tensão escalou até que, em um ato premeditado, Inês, Bruno e Edson foram até a casa das vítimas armados. Inês atirou contra quatro pessoas, matando duas. Entre os feridos estava um padre.
Após o crime, mãe e filho se esconderam em uma fazenda, enquanto Edson fugiu para outra cidade. Todos foram presos dias depois. Com a decisão judicial, eles agora enfrentarão julgamento no Tribunal do Júri.