O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado um forte desejo de estar presente na posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro de 2025, em Washington. No entanto, sua presença na cerimônia de "Inauguration Day" está sendo dificultada por uma ordem judicial que o impede de deixar o Brasil.
Bolsonaro, que é um entusiasta da vitória de Trump, busca acompanhar de perto a solenidade no Capitólio, mas enfrenta um grande obstáculo. Devido ao indiciamento no inquérito que investiga a negociação irregular de joias do acervo da Presidência da República e por estar sendo investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito de uma suposta trama de tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente teve seu passaporte retido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Esta medida o impede de viajar para o exterior.
Interlocutores próximos a Bolsonaro têm orientado o ex-presidente a ser extremamente cauteloso ao solicitar ao STF autorização para a viagem. A recomendação é que ele faça um pedido detalhado, contendo informações como datas e horários de partida e chegada, números dos voos, tempo de permanência e o endereço de hospedagem nos Estados Unidos. Além disso, há uma recomendação para que Bolsonaro se abstenha de comentar publicamente sobre sua intenção de participar da posse, seja em entrevistas ou em redes sociais. O objetivo é mostrar comprometimento com a Justiça e garantir seu retorno ao Brasil após a viagem, evitando interpretações de desrespeito às investigações em andamento.
Vale lembrar que a defesa de Bolsonaro já fez tentativas anteriores para reaver seu passaporte, com pedidos formais à Corte que foram negados. A última solicitação foi rejeitada no mês passado, quando a Primeira Turma do STF, por unanimidade, indeferiu o pedido. Para o ministro Alexandre de Moraes, a investigação da PF indicou a "possibilidade de tentativa de evasão por parte dos investigados", o que motivou a retenção do passaporte.
Agora, Bolsonaro se vê diante de uma nova tentativa de resolução, tendo que equilibrar seu desejo de estar presente no evento internacional com o respeito às limitações impostas pelas autoridades judiciais brasileiras. A situação continua a ser monitorada de perto, e o desfecho dependerá do julgamento da solicitação feita ao Supremo.