O ministro do STF, Alexandre de Moraes, deu 48 horas para que o Exército explique por que militares presos por tentativa de golpe estão recebendo visitas diárias, em desacordo com o regime especial de prisão. A decisão foi tomada após o envio da lista de visitas dos quatro militares detidos em Brasília: Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra Azevedo.
As normas do Exército permitem visitas apenas às terças, quintas e domingos, com agendamento prévio, exceto em casos autorizados pelo comando, limitados a três dias. Advogados têm acesso de segunda a sexta-feira, em horário comercial, também com agendamento. Moraes determinou que os comandantes do Comando Militar do Planalto, do Leste e da 1ª Divisão de Exército justifiquem as irregularidades.
No mesmo dia, Moraes determinou a prisão dos generais Braga Netto e Mário Fernandes, investigados por participação em atos golpistas. Braga Netto foi acusado de obstruir investigações e financiar ações antidemocráticas, como o envio de dinheiro em sacolas de vinho para militares.
Mário Fernandes, preso em operação da Polícia Federal, é apontado como articulador de um plano para assassinar o ministro Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin. O plano, intitulado "Punhal Verde e Amarelo", teria sido impresso no Palácio do Planalto, e Fernandes seria responsável por integrar um gabinete de crise após o golpe.