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BRASIL Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 13:30 - A | A

Quarta-feira, 29 de Janeiro de 2025, 13h:30 - A | A

ENTENDA

Empresa paga cerca de R$ 500 por escaneamento de íris

Utilizando câmeras de última geração, a TfH escaneia a íris da pessoa para criar o que chama de World ID (“documentação mundial”, em tradução livre).

CNN

 

Na última semana, viralizou nas redes sociais diversos relatos de pessoas que estavam indo até locais em São Paulo para “vender a íris” em troca de uma quantia em dinheiro.

Quem está por trás da ação é a empresa Tools for Humanity (TfH). Utilizando câmeras de última geração, a TfH escaneia a íris da pessoa para criar o que chama de World ID (“documentação mundial”, em tradução livre).

A reportagem da CNN esteve em um dos 53 pontos de coleta da empresa em São Paulo, no bairro da Bela Vista, região central da capital. Numa salinha ao final de um corredor, apenas com uma televisão: é desta forma que o World ID é apresentado como uma verificação de humanidade.

Já na porta de entrada, quando questionada sobre “como funciona” o processo de venda da íris, uma atendente pediu para mostrar um vídeo que explicaria tudo sobre a ferramenta.

A sensação é de estar em um filme futurístico. Todas as atendentes possuem cabelos presos de forma impecável, roupas pretas padronizadas com símbolo da empresa e repetem falas que parecem ter sido decoradas.

No corredor, antes da sala, foram instaladas quatro máquinas da altura de uma pessoa. Uma haste liga o ferro a uma esfera de metal no chão. São estes os scanners utilizados para mapear as íris dos que se dispõem a ir ao local.

O vídeo explicativo mostra o projeto World ID. O objetivo, de acordo com a empresa, é obter um código único que não pode ser reproduzido pela inteligência artificial. “A inteligência artificial também é usada para o mal. O objetivo aqui é dar mais segurança”, afirmou um dos atendentes.

Filas para “vender a íris” viralizaram em diversos vídeos nas redes sociais nos últimos dias. De acordo com a apresentação da empresa, quem fizer a verificação de humanidade recebe cerca de 48 criptoativos. “Quanto dá isso em reais?”, questionou a reportagem da CNN. A resposta não foi exata pois, segundo os atendentes, depende da cotação do dia.

De acordo com uma simulação feita pela CNN, o valor dos criptoativos dados pela empresa equivale a cerca de R$ 500. “Você pode sacar quando quiser”, afirmou uma atendente.

Segundo a empresa, a World ID não fica com os dados dos usuários. Mas, afinal, o que a empresa ganha com isso, já que paga para scannear o rosto das pessoas?. A pergunta feita pela reportagem não foi respondida pelos atendentes no local.

Cerca de 500 mil pessoas já venderam os dados da íris em São Paulo, única cidade do Brasil onde a empresa atua. Para participar é necessário baixar um aplicativo, aceitar os termos e condições e, se quiser, informar nome e telefone. Após isso, a pessoa pode marcar um horário para fazer a coleta.

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou, recentemente, a suspensão do pagamento pela coleta de íris dos cidadãos no Brasil. No entanto, o serviço continua sendo feito em troca de criptomoedas.

A empresa afirma que enviou um pedido à ANPD para que permita a TfH continuar com a sua operação. “Todo esse tempo, estivemos trabalhando de perto com a ANPD. Nossa meta é assegurar que estejamos de acordo com a LGPD. Queremos mais tempo para trabalhar isso e poder providenciar à ANPD entendimento sobre nosso trabalho”, afirmou Kieran ao CNN Money.

 

 
 

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