A fuligem resultante das queimadas também pode se precipitar juntamente com a chuva, causando a chamada “chuva preta”.

Atualmente, a frente fria se encontra sobre o Centro da Argentina e Uruguai, associada a um ciclone extratropical localizado a Leste da Patagônia.

Embora este sistema meteorológico registre pouca atividade no momento, há já uma mudança de vento para o quadrante Sul em Montevidéu e Buenos Aires, resultando em uma queda de temperatura.

Frente fria atinge o Rio Grande do Sul

Na tarde e noite dessa quarta-feira, 11, a frente fria começa a ganhar atividade sobre o Uruguai, trazendo chuvas e trovoadas.

Não se descarta a possibilidade de granizo isolado em várias partes do país vizinho. Nas próximas horas, a chuva pode atingir pontos do Uruguai e a instabilidade também afetará o extremo Sul gaúcho, especialmente nas áreas de Chuí e Santa Vitória do Palmar

Com o passar do tempo, a frente fria começa a ingressar de forma mais ampla pelo Oeste e Sul do Rio Grande do Sul, ainda entre a madrugada e manhã de quinta-feira, trazendo chuva para muitas áreas dessas regiões.

As demais regiões continuarão com tempo firme e muita fumaça no céu, resultando no odor de vegetação queimada em vários municípios, especialmente na Metade Norte.

Chuva Preta

A frente fria avançará pelo Rio Grande do Sul ao longo do dia, levando chuva para quase todo o estado.

Em Porto Alegre e região metropolitana, o tempo deve se instabilizar e a chuva se intensificar da tarde para a noite.

A previsão indica que a frente pode provocar precipitação moderada a forte em vários pontos, com risco baixo de tempo severo, incluindo temporais isolados com raios e granizo localizado.

Fuligem afeta o clima

A presença de fuligem pode causar a chamada “chuva preta”, um fenômeno relacionado à combustão incompleta de materiais orgânicos como carvão, petróleo e madeira.

Quando essas partículas suspensas no ar se misturam com a umidade, precipitam sob a forma de chuva contaminada, afetando corpos d’água, solos e vegetação.

Esse tipo de poluição é indicativo de altos níveis de poluentes atmosféricos.

A fuligem e a chuva preta têm impactos ambientais visíveis, como a camada de sujeira que pode ficar em superfícies urbanas, deteriorando materiais e aumentando os custos de manutenção.

Para além disso, a presença de grande quantidade de fumaça sobre o Rio Grande do Sul deve deixar os dias mais escuros na quinta e em algumas regiões na sexta.

Impacto da frente fria e da chuva

Os mapas meteorológicos do Centro Meteorológico Europeu indicam que a chuva atingirá o Rio Grande do Sul desde cedo nas cidades do Oeste e Sul, avançando para outras regiões no decorrer do dia.

Na Metade Norte, a instabilidade surgirá mais da tarde para a noite com o deslocamento da frente fria para o Norte.

Espera-se que o volume de chuva acumulado entre quinta e sexta-feira possa chegar ou superar os 50 mm em parte do estado.

Em geral, os volumes não serão altos na maior parte do território gaúcho, mas algumas cidades podem enfrentar precipitação intensa em curto intervalo.

Mesmo assim, o risco de transtornos pela chuva é considerado baixo. O Oeste e Sul do estado serão os primeiros a sentir os efeitos da frente fria.

A Metade Norte deve esperar chuva forte na tarde e noite de quinta-feira.

Os gaúchos devem permanecer atentos às atualizações do tempo e às previsões de chuva forte para se prepararem adequadamente.

O cenário de instabilidade pode trazer desafios, mas também um alívio temporário das secas e calor intenso recorrente na região.