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BRASIL Quarta-feira, 05 de Março de 2025, 19:44 - A | A

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CARNAVAL 2025

Neguinho se despede em grande estilo com Beija-Flor conquistando seu15º título

Escola de Nilópolis atinge pontuação máxima e encerra jejum de seis anos; Intérprete retorna no Sábado das Campeãs para apoteose final

 

A Beija-Flor de Nilópolis voltou ao topo do Carnaval carioca. Com um desfile impecável, a escola sagrou-se campeã do Grupo Especial em 2025, garantindo seu 15º título ao homenagear Laíla (1943-2021), lendário diretor de carnaval que moldou a trajetória vitoriosa da agremiação.


Mas a vitória, celebrada com nota máxima, trouxe um gosto ainda mais especial: a despedida de Neguinho da Beija-Flor como intérprete oficial. Aos 74 anos e há quase meio século na função, ele emocionou a Sapucaí já na concentração ao anunciar que retornaria no Sábado das Campeãs. E voltou como queria: campeão.


O cantor, que virou sinônimo da escola de Nilópolis, transformou sua despedida em um momento histórico. “Eu volto sábado para encerrar isso aqui”, avisou antes de puxar o samba no Setor 1. A profecia se concretizou. No próximo dia 8, Neguinho terá a honra de fechar a festa dos vencedores, marcando sua última exibição oficial à frente do carro de som.


Apuração acirrada, mas Beija-Flor “gabarita” e leva o título


A disputa pelo título foi uma das mais equilibradas dos últimos anos. Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense dividiram a liderança por seis quesitos, mantendo a emoção até a reta final. O desempate veio em Fantasias, quando a escola de Ramos perdeu um décimo e saiu da briga. A Acadêmicos do Grande Rio assumiu o vice-campeonato, ficando a um décimo da campeã: 270 pontos contra 269.9.


A performance nilopolitana beirou a perfeição: sete notas máximas e apenas dois 9.9 (em Alegorias e Harmonia), que acabaram descartados. A conquista marca o fim de um jejum de seis anos — o último título havia sido em 2018, justamente o último desfile assinado por Laíla antes de sua saída.


Na parte inferior da tabela, a Unidos de Padre Miguel não resistiu e, com 266.8 pontos, foi rebaixada para a Série Ouro.


O desfile campeão: Beija-Flor revive era Laíla e retoma identidade vencedora


A Beija-Flor apostou em um enredo que misturou emoção e técnica: “Laíla de todos os santos, Laíla de todos os sambas”, desenvolvido pelo carnavalesco João Vitor Araújo. A apresentação trouxe de volta o “rolo compressor” que marcou os tempos áureos do homenageado.


A comissão de frente deu o tom da grandiosidade, trazendo Laíla representado em um terreiro sagrado, com elementos espirituais e cênicos de grande impacto. O casal Claudinho e Selminha Sorriso, sempre um dos pontos altos da escola, brilhou com figurinos que remetiam ao destino e à espiritualidade.


As alegorias impressionaram pela riqueza visual e pelo acabamento impecável. O carro de Xangô, uma monumental escultura de Laíla e a alegoria de encerramento — um Cristo negro remetendo ao lendário desfile de 1989 — arrancaram aplausos do público. A única falha foi na última alegoria, cuja faixa “Do Orun, olhai por nós” teve parte do texto encoberto.


No quesito harmonia, a comunidade de Nilópolis mostrou por que é uma das mais potentes do carnaval. O canto forte e a empolgação dos componentes foram sustentados pela Bateria Soberana, que inovou com paradões e bossas bem executadas.


Com uma plástica fiel à identidade da Beija-Flor e um samba-enredo que emocionou na voz de Neguinho, a escola atravessou a Avenida com força e coesão, garantindo a vitória incontestável.


Neguinho da Beija-Flor: uma despedida para a história


A apoteose do desfile foi, sem dúvida, a despedida de Neguinho da Beija-Flor. Intérprete oficial desde 1976, ele se despediu do posto com uma atuação memorável, conduzindo o canto da comunidade com a mesma garra que o consagrou.


O momento foi ainda mais simbólico porque Neguinho é uma das vozes eternizadas por Laíla na Beija-Flor. Juntos, revolucionaram a maneira de cantar samba-enredo, criando um estilo inconfundível.


Agora, a história se fecha em grande estilo: Neguinho sai campeão, honrando a trajetória de quase 50 anos à frente do carro de som. Mas, antes do adeus definitivo, ainda há um último ato: no Sábado das Campeãs, ele voltará à Sapucaí para encerrar a noite como grande vencedor.


A Deusa da Passarela está de volta ao trono. E seu maior intérprete sai de cena no lugar mais alto possível: cantando a vitória da escola que ajudou a construir.

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