Jutaí, uma cidade localizada a 934 quilômetros de Manaus, viveu uma noite de terror na última quinta-feira (19). Um homem, suspeito de estuprar e matar um bebê de apenas um ano, foi linchado até a morte pela população enfurecida. Após a execução, seu corpo foi incendiado em via pública.
O caso, que chocou o Amazonas, reflete a crescente revolta popular contra crimes bárbaros e a descrença no sistema de justiça.
O suspeito, que havia se entregado à polícia e confessado o crime, foi preso um dia antes. Segundo informações, a mãe do bebê havia registrado o desaparecimento da criança, que aconteceu enquanto dormia em um flutuante no porto da cidade.
Durante o interrogatório do acusado, moradores, indignados com o ocorrido, se reuniram em frente à delegacia.
O clima de tensão aumentou rapidamente, e mesmo com a presença da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal (GCM), as autoridades não conseguiram conter a multidão.
A população invadiu o prédio da delegacia, retirou o homem de sua cela e o espancou até a morte. Não satisfeitos, os agressores ainda atearam fogo ao corpo do suspeito.
O linchamento foi registrado em vídeo e circulou nas redes sociais, gerando grande repercussão.
As imagens são chocantes, mostrando o nível de brutalidade e a ausência de controle das autoridades locais para conter a ação violenta.
Esse caso em Jutaí é mais um episódio que acende o debate sobre a justiça com as próprias mãos no Brasil, principalmente em regiões mais afastadas, onde o acesso à segurança pública é limitado.
As investigações agora seguem para entender como as forças de segurança falharam em proteger o preso e evitar o desfecho trágico.
A situação é um lembrete doloroso das tensões que existem entre a população e as autoridades, muitas vezes provocadas pela sensação de impunidade em casos de crimes violentos.