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CIDADES Sábado, 15 de Fevereiro de 2025, 09:43 - A | A

Sábado, 15 de Fevereiro de 2025, 09h:43 - A | A

FUGA DE PRESO

Injustiçado, ex-policial penal falece sem ser reconhecido pelo Estado

Mesmo com a absolvição, Augusto nunca conseguiu recuperar seu cargo.

Ana Barros

 

O ex-policial penal Augusto Alexandre de Barros Santa Rita, de 47 anos, faleceu na noite de quinta-feira (13), vítima de um infarto fulminante, sem conseguir ver seu maior sonho realizado: a reintegração ao sistema penitenciário de Mato Grosso. Ele foi exonerado em 2006, após ser acusado injustamente de facilitar a fuga de um criminoso, mas lutava há mais de 13 anos para provar sua inocência e recuperar seu cargo.

 

Pai de quatro filhos e avô de quatro netos, Augusto dedicou sua vida ao serviço público, mas morreu sem que o Estado reconhecesse o erro que o afastou da carreira.

 

A acusação injusta e a luta por justiça

 

Em 27 de julho de 2005, Augusto estava de serviço na antiga Penitenciária do Pascoal Ramos (atual PCE) quando o ex-policial militar Célio Alves, apontado como pistoleiro do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conseguiu escapar misturado aos visitantes. O presídio era vigiado pela Polícia Militar, e o fugitivo foi resgatado por uma caminhonete do lado de fora.

 

Mesmo sem provas concretas, Augusto e outros agentes foram afastados, passaram por um processo administrativo (PAD) e foram demitidos. Dois anos e meio depois, ele foi preso por 42 dias, sob a justificativa de que poderia atrapalhar as investigações.

 

Augusto sempre afirmou que foi pré-julgado por seus superiores e não teve direito à defesa adequada. Ele denunciava que a investigação se baseou em depoimentos de presos coagidos a incriminá-lo.

 

Em 2019, quase 15 anos depois, a Terceira Câmara Criminal do TJMT o absolveu por unanimidade, reconhecendo que ele não teve envolvimento na fuga. No entanto, o governo nunca o reintegrou ao serviço público, ignorando seu pedido de retorno.

 

Esperança frustrada e um sonho interrompido

 

Mesmo com a absolvição, Augusto nunca conseguiu recuperar seu cargo. Seu processo ficou parado na Procuradoria-Geral do Estado (PGE), sem qualquer resposta. Durante sua luta, ele viu passarem os governos de Blairo Maggi, Silval Barbosa, Pedro Taques e Mauro Mendes, mas nenhuma gestão corrigiu o erro.

 

Sem perder o vínculo com a categoria, ele atuou no Sindicato dos Agentes Penitenciários, lutando por melhorias para os colegas de profissão. Mas sua maior batalha – voltar ao cargo e limpar sua ficha administrativa – foi interrompida de forma definitiva.

 

Sua morte simboliza mais um caso de injustiça não reparada pelo Estado, deixando sua família sem respostas e sem a reparação devida por anos de sofrimento.

 

O Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Mato Grosso (Sindsppen-MT) lamentou  o falecimento  de Augsuto, que também era irmão dos policiais penais Luiz Renato e André Luiz Barros, ambos lotados na PCE”. Augusto, que também foi prestador de serviços no Sindsppen-MT e desde a fundação do sindicato lutou pelos direitos da categoria.

 

“Desejamos que Deus conforte os familiares e amigos dessa dor imensurável. Neste momento de imensa tristeza, desejamos a todos que compartilhavam de sua vivacidade, alegria e humildade nossos sinceros sentimentos de pesar” lamentou o presidente do Sindsppen-MT, Amaury Neves.

 

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Comente esta notícia

Maria 15/02/2025

Casos parecidos acontecem a anos.inocente pagando injustamente por crimes que não cometeram.e alguns que deveriam pagar por coisas que fazem continuam com a farda.sei bem o que é isso

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José Aparecido 15/02/2025

Infelizmente como sempre estamos acostumados ver inocente sendo prejudicado por uma justiça, que hage em favorecimento dos governos condenando inocente para agradecer os benefícios que os governos dão ao judiciário, e agora sua inocência fora comprovada e reconhecida por uma corte de magistrados, independente de seu óbito o mínimo que o estado deveria fazer é cumprir a decisão da justiça restabelecendo seu direito, pagando para sua esposa e seus filhos, o quê ele tinha a receber.

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Everaldo 15/02/2025

Lamentável. Grande perda. Meus sentimentos aos familiares e amigos. Deus conforte a todos . Vá em paz, Augusto!

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3 comentários