Turma da Laje: a história do bloco que conquistou os corações de Cuiabá

Com o carnaval fresquinho na nossa memória, nada melhor do que revisitar uma das maiores sensações da folia cuiabana: a Turma da Laje. O bloco, que começou pequeno com cerca de 350 pessoas, hoje atrai milhares de foliões e se tornou uma verdadeira tradição na cidade. Para entender melhor essa trajetória, conversamos com Marcela Aude, uma das figuras centrais do bloco e aclamada como "madrinha da laje".

Uma paixão que vem de berço

 

Marcela não apenas organiza o bloco, ela é o próprio carnaval em pessoa. Sua ligação com a festa começou cedo, desde os carnavais de infância no Clube Dom Bosco, onde sua mãe fazia questão de fantasiá-la todos os anos. "Tenho foto de um ano de idade fantasiada de Pedrita! Sempre gostei de me fantasiar e participar de concursos", relembra.

Com o tempo, essa paixão se intensificou e levou Marcela a desfilar na Sapucaí em diversas ocasiões. Uma de suas histórias mais marcantes foi quando sua tia, a atriz cuiabana Totia Meireles, a convidou para participar de um desfile no carro alegórico da Portela. "Foi uma emoção indescritível! Depois disso, desfilei na Mangueira e vivi o carnaval do Rio de diversas formas", conta.

O surgimento do bloco

 

A Turma da Laje nasceu de um grupo de amigos que queria um espaço para celebrar com suas famílias. No primeiro ano, eram apenas 350 pessoas, mas o evento rapidamente caiu no gosto dos foliões e hoje reúne cerca de 2.500 participantes. "Nunca imaginamos que tomaria essa proporção, mas sempre nos preocupamos em melhorar a experiência de quem participa", explica Marcela.

O nome "Turma da Laje" também tem uma história especial. "No nosso primeiro carnaval, a festa rolava em uma laje, e ali começamos a chamar o grupo assim. O nome pegou e virou marca registrada", diz.

Desafios e crescimento

 

A expansão do bloco trouxe desafios, como a organização e a manutenção da identidade cultural. "O público interage muito conosco. Fazemos enquetes, ouvimos os foliões e buscamos sempre melhorar", comenta. Um dos grandes diferenciais é que, apesar do crescimento, a Turma da Laje não perde sua essência. "Nosso bloco é um símbolo de amizade, família e cultura. Cada carnaval é uma celebração da vida."

Além do crescimento estrutural, o bloco também aposta em parcerias estratégicas para fortalecer sua identidade. Este ano, um grande destaque foi a colaboração com o artista Adriano Figueiredo para a criação da arte do abadá. "Queríamos reforçar ainda mais a identidade cuiabana no bloco, e a arte foi uma forma de celebrar isso", afirma Marcela.

Outro diferencial que marca o bloco é sua inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Com a presença de um tradutor de libras, o evento se torna acessível e mais inclusivo. "Queremos que todos possam sentir a energia do carnaval e participar de forma igualitária", reforça.

O impacto cultural e o futuro da Turma da Laje

 

O impacto do bloco na cena cultural cuiabana é inegável. Ao longo dos anos, a Turma da Laje se consolidou como um espaço democrático, onde diferentes gerações se encontram para celebrar a cultura regional. "A música, as fantasias, a alegria compartilhada entre as pessoas, tudo isso faz parte do DNA do nosso bloco", destaca Marcela.

Sobre os próximos anos, Marcela é clara: a ideia é continuar crescendo, mas sem perder a identidade. "Todo ano tentamos nos superar. Já estamos discutindo melhorias para 2026, e podem esperar novidades, como novas atrações e talvez um novo formato."

Para quem ainda não participou, Marcela deixa o convite: "Não fique de fora! A Turma da Laje não é apenas um bloco, é uma experiência cultural, uma celebração de tudo que nos une. Venha se jogar e viver essa magia!"