De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisada pela Fecomércio-MT, em dezembro de 2024 houve um recuo no número de consumidores com contas em atraso na capital mato-grossense, sinalizando um comportamento mais consciente no consumo e maior capacidade de pagamento.
Em dezembro, 86,4% das famílias de Cuiabá estavam endividadas, um aumento de 1,7 ponto percentual em relação a novembro, reflexo das compras para as festas de fim de ano. Apesar disso, a maioria (45,7%) declarou estar "pouco endividada" e apenas 6,9% afirmou estar "muito endividada".
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, ressaltou a importância desse equilíbrio. “O aumento no consumo no fim de ano ajuda a explicar o crescimento do endividamento, mas observamos que as famílias têm conseguido honrar suas dívidas, o que resultou em uma queda significativa de contas em atraso durante o ano”.
O número de famílias com contas em atraso caiu de 43.927 em dezembro de 2023 para 38.962 no mesmo mês de 2024, um recuo expressivo de 11,7%. Entre as famílias que declararam não ter condições de quitar suas dívidas, a redução foi de 7,07% no comparativo mensal, saindo de 11.633 em novembro para 10.810 em dezembro.
Sobre as expectativas de pagamento, 38,6% das famílias acreditam que conseguirão quitar parcialmente as dívidas no próximo mês, enquanto 33,6% esperam pagar totalmente. Além disso, a renda comprometida com dívidas ficou em 28,7%, abaixo do limite recomendado de 30%.
O cartão de crédito continua liderando como o principal tipo de dívida das famílias cuiabanas, com 81,5%, seguido pelos carnês (25,9%), financiamento de carro (5,7%) e financiamento de casa (3,7%). Outras formas de crédito, como consignado (3,2%) e pessoal (3,6%), também foram apontadas, enquanto o cheque especial representou 1,3% das dívidas.
Para o presidente Wenceslau Júnior, o comportamento das famílias reflete uma tendência de consumo mais consciente, mas ainda com espaço para o aquecimento da economia. “A verificação do endividamento e inadimplência é fundamental para entender os padrões de consumo e avaliar o impacto no crescimento econômico. O recuo na inadimplência é um sinal positivo para o mercado”.