Na noite desta quinta-feira,19, durante a cerimônia de posse dos novos dirigentes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, o desembargador José Luiz Leite Lindote, agora corregedor-geral de Justiça do estado, foi questionado sobre a recente suspensão do auxílio-alimentação de R$ 10.055 para magistrados e servidores do Judiciário.
A medida foi tomada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e gerou repercussão. No entanto, Lindote preferiu adotar uma postura cautelosa.
“A decisão do CNJ será cumprida”, afirmou o corregedor enquanto caminhava pelos corredores do tribunal, acompanhado por seguranças.
Ele destacou que não emitiria opinião sobre o caso, justificando que o ato foi realizado sob a gestão anterior, comandada pela desembargadora Clarice Claudino, que não comentou o assunto.
"Quem responde pela gestão é a presidência. O ato questionado é da gestão anterior. Eu não tenho o que falar, eu não participei", reiterou Lindote.
O evento também marcou a posse do novo presidente do TJ, José Zuquim Nogueira, e da vice-presidente, Nilza Maria Possas de Carvalho.
Ambos optaram por não falar com a imprensa no momento.
Lindote, no entanto, assegurou que estará disponível para maiores esclarecimentos a partir de janeiro, quando a nova gestão efetivamente assume as atividades.
A decisão de suspender o benefício, conhecido como "vale-ceia", foi divulgada pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell Marques.
O provimento, que havia sido concedido no início da semana, foi considerado inadequado, segundo apuração da CNN, por desconfigurar a natureza do auxílio-alimentação.
O CNJ exigiu explicações formais de Clarice Claudino, responsável pela concessão do benefício, mas os detalhes permanecem sob sigilo.
O episódio expõe mais uma vez as tensões envolvendo benefícios financeiros no Judiciário, especialmente em um momento de crescente escrutínio público sobre gastos e privilégios institucionais.