O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10) um decreto impondo tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de 4 de março.
A medida, anunciada no último domingo (9) durante entrevista a jornalistas, reforça uma das principais promessas de campanha de Trump: a proteção da indústria nacional por meio da taxação de produtos estrangeiros.
“Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas”, declarou o presidente.
A decisão pode atingir diretamente grandes exportadores desses insumos para os EUA, como México, Canadá e Brasil. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá.
Segundo o governo brasileiro, os EUA compraram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço em 2023.
Trump também indicou que pretende ampliar as tarifas para outros setores, incluindo automóveis, chips semicondutores e produtos farmacêuticos. “Vamos trazer de volta as indústrias, e vamos trazer de volta nossos empregos”, afirmou.
O impacto da nova taxação ainda é incerto, mas especialistas apontam que ela pode trazer desafios para o Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo brasileiro aguardará decisões concretas antes de tomar qualquer medida.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou no fim de janeiro que, caso os EUA elevem tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil adotará medidas de reciprocidade.
Essa não é a primeira vez que Trump impõe barreiras comerciais ao aço e alumínio. Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, ele adotou tarifas similares, que foram posteriormente retiradas.
No entanto, segundo economistas, esse tipo de taxação pode ter efeitos negativos para a economia dos próprios EUA, elevando custos para indústrias que dependem desses insumos e pressionando a inflação.
O Instituto Aço Brasil e a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) ainda não se manifestaram sobre a nova medida.
Enquanto isso, as siderúrgicas brasileiras monitoram o impacto do decreto no mercado, com ações da Gerdau e da CSN operando em alta nesta segunda-feira.