A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, parece ter estremecido desde o imbróglio envolvendo denúncias de fraude nas eleições venezuelanas em julho do ano passado. Desde então, as negociações sobre a dívida bilionária do país vizinho com o Brasil foram abandonadas, segundo informações do Ministério da Fazenda.
Somente entre agosto e dezembro de 2024, o prejuízo aos cofres brasileiros cresceu em 39,7 milhões de dólares, o equivalente a R$ 240 milhões na cotação atual. Ao todo, a dívida acumulada pela Venezuela já ultrapassa 1,7 bilhão de dólares, mais de R$ 10 bilhões.
A Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda confirmou que as tratativas para resolução do débito permanecem em estágio de conciliação, mas nenhuma reunião está agendada no momento.
— "Permanecemos no estágio de conciliação de contas, sem reuniões agendadas no momento," declarou o órgão.
Um histórico de calotes e encontros polêmicos
A dívida venezuelana já era alarmante em maio de 2023, quando Lula recebeu Nicolás Maduro em Brasília com honras de chefe de Estado. Naquela época, o montante era de 1,27 bilhão de dólares, cerca de R$ 7,4 bilhões. O encontro foi amplamente criticado, especialmente por setores que consideram o regime chavista responsável por uma grave crise política e econômica na Venezuela.
Sem avanços diplomáticos desde então, o Brasil continua arcando com os impactos financeiros dessa relação, que já pesa diretamente no bolso dos brasileiros.