A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, informou por meio de sua conta oficial no X sobre uma conversa mantida com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, na companhia de Edmundo González Urrutia.
Em um comunicado após a conversa, o Departamento de Estado norte-americano destacou que “o Secretário de Estado Marco Rubio falou hoje com o presidente legítimo da Venezuela, Edmundo González Urrutia, e com a líder da oposição María Corina Machado.”
“O Secretário elogiou a coragem do povo venezuelano diante da repressão perpetrada por Nicolás Maduro e seus aliados. O Secretário Rubio reafirmou o apoio dos Estados Unidos à restauração da democracia na Venezuela, assim como à libertação incondicional e imediata de todos os prisioneiros políticos, em consonância com as aspirações pacíficas e democráticas do povo venezuelano”, concluiu o comunicado atribuído à porta-voz Tammy Bruce.
Mais cedo, Machado destacou que o encontro reflete a relevância que o governo dos Estados Unidos atribui à situação política e social da Venezuela, assim como ao bem-estar dos cidadãos venezuelanos e seu impacto na região. “A transição para a democracia na Venezuela é crucial para a estabilidade regional e a segurança do nosso hemisfério”, afirmou.
Durante a reunião, González e Machado comunicaram a Rubio “a força e a determinação dos venezuelanos” no caminho para a liberdade e o retorno à democracia no país sul-americano. Além disso, enfatizaram o papel dos aliados estratégicos internacionais, como os Estados Unidos, no processo de transição democrática.
De acordo com a mensagem de Machado, as relações diplomáticas com os Estados Unidos são essenciais para avançar na estabilidade do país e da região.
O senador americano pela Flórida, Marco Rubio, foi o primeiro dos indicados para o gabinete do presidente Donald Trump a tomar posse como Secretário de Estado nesta terça-feira, destacando que a política externa dos Estados Unidos sob Trump colocará as necessidades dos americanos em primeiro lugar.
Rubio, republicano de 53 anos, foi por muito tempo membro dos comitês de relações exteriores e inteligência do Senado.
Devido à sua história pessoal, Rubio tem um grande interesse pela América Latina e, desde o Senado, sempre se mostrou crítico aos governos de esquerda da região e favorável à aplicação de máxima pressão sobre as ditaduras de Cuba, Nicarágua e Venezuela.
Embora tenha afirmado que a última palavra caberá ao presidente, Rubio se expressou a favor de classificar Cuba como um país patrocinador do terrorismo, uma sanção que o ex-presidente Joe Biden retirou na semana passada, a poucos dias de deixar o cargo.
Rubio também denunciou que a Venezuela é liderada por um “narcogoverno” comandado por Nicolás Maduro e deixou em aberto a possibilidade de retirar a licença que permite à Chevron extrair petróleo no país sul-americano.
Este senador ganhou popularidade nacional em 2016, quando tentou obter a nomeação presidencial republicana em primárias nas quais Donald Trump foi finalmente eleito, e que posteriormente venceria as eleições.
Durante essas primárias, Trump o desprezou chamando-o de “Pequeno Marco”, mas, após abandonar a corrida, o senador demonstrou grande lealdade ao magnata de Nova York.
Rubio foi cogitado como possível companheiro de chapa de Donald Trump para a vice-presidência, antes que Trump escolhesse J.D. Vance.
Com a vitória eleitoral de Trump, após uma campanha na qual Rubio desempenhou um papel destacado, o magnata de Nova York decidiu recompensá-lo com o cargo de chefe da diplomacia dos Estados Unidos, cargo jamais ocupado por um latino.
A nomeação de Rubio também foi interpretada como um gesto de Trump para atrair eleitores hispânicos, um segmento do eleitorado que deu uma guinada para o republicano nas eleições presidenciais, permitindo-lhe alcançar um avanço histórico nessa comunidade.