O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira (22) que a Rússia enfrentará "altos níveis de taxas, tarifas e sanções" caso o presidente Vladimir Putin não encerre imediatamente o conflito na Ucrânia. A declaração foi feita em sua plataforma Truth Social, em um tom que mesclou apelos emocionais e ameaças diretas.
Trump, que já afirmou durante sua campanha ser capaz de resolver o conflito "em um dia", iniciou a publicação destacando seu "amor" pelo povo russo e seu "bom relacionamento" com Putin. Contudo, ele foi categórico ao exigir que o líder russo "PARE esta guerra ridícula" e declarou:
"É hora de 'FAZER UM ACORDO'. VIDAS NÃO DEVEM MAIS SER PERDIDAS."
Sanções em foco
A Rússia já é o país mais sancionado do mundo, e os setores ainda não atingidos pelas restrições são escassos. Trump indicou que as medidas adicionais seriam direcionadas a qualquer produto ou serviço comercializado pela Rússia aos EUA e outros países aliados.
Apesar das sanções em vigor, as empresas e bancos russos têm encontrado maneiras de contorná-las. Ainda assim, os impactos econômicos começaram a ser sentidos de forma mais severa: com inflação acima de 9%, taxas de juros em 23% e queda do rublo, o Kremlin enfrenta dificuldades crescentes.
Conexão Trump-Putin
A relação entre Trump e Putin tem sido alvo de especulações há anos. Durante a campanha, o presidente russo o parabenizou por sua eleição e destacou sua "coragem" diante de críticas e pressões. Em resposta às recentes declarações de Trump, Putin afirmou que a proposta de acabar com a guerra "merece atenção, pelo menos".
Preocupações da Ucrânia e aliados europeus
Enquanto Trump sinaliza sua intenção de pressionar a Rússia, a Ucrânia e seus aliados temem uma possível redução no apoio militar americano. No entanto, o presidente americano afirmou em dezembro que continuará fornecendo assistência militar a Kiev, condicionando esse apoio a um aumento significativo nos gastos com defesa dos membros da OTAN.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demonstrou otimismo após uma conversa com Trump, descrevendo-a como "produtiva". Contudo, permanece a incerteza sobre a extensão do compromisso americano em sua gestão.
As sanções aplicadas por EUA e União Europeia desde o início do conflito têm pressionado a economia russa. Contudo, analistas apontam que, apesar de sinais de enfraquecimento, o Kremlin conseguiu sustentar sua máquina de guerra. Trump espera que novas medidas possam acelerar o colapso econômico da Rússia e, assim, forçar o fim do conflito.
Trump reafirma sua posição como mediador decisivo no conflito ucraniano, mas sua estratégia depende de como os demais atores globais, incluindo Putin, respondem às ameaças de novas sanções. Enquanto isso, o mundo aguarda para ver se o presidente americano conseguirá transformar sua retórica em ação efetiva para encerrar a guerra.