A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), revelou que a compra de um apartamento de luxo em Itapema, no litoral de Santa Catarina, por membros do Comando Vermelho foi realizada utilizando uma técnica conhecida como "smurfing".
A prática envolve a realização de centenas de depósitos bancários de pequenos valores, com o objetivo de disfarçar a origem do dinheiro e dificultar a identificação de movimentações atípicas.
O imóvel, avaliado em R$ 1 milhão, foi adquirido em outubro de 2023 por E.J.X.P., que atuou como "laranja" de Paulo Witer Faria Paelo, o "WT", tesoureiro da facção.
A negociação envolveu uma entrada de R$ 500 mil, com cinco parcelas de R$ 50 mil, totalizando R$ 750 mil, sendo parte do valor pago diretamente à construtora e o restante aos antigos proprietários.
Para concretizar a transação, foram realizados 284 depósitos em caixas eletrônicos por comparsas de WT, sem identificação do remetente.
Segundo o delegado Rafael Scatolon, responsável pela investigação, essa estratégia visa esconder a verdadeira origem do dinheiro, que é proveniente do tráfico de drogas.
A apuração também revelou que os responsáveis pelos depósitos não têm lastro financeiro compatível com as transações realizadas.
A operação, chamada "Fair Play", é um desdobramento da "Apito Final", que investiga uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico.
Durante a operação, 19 mandados foram cumpridos, resultando em prisões, buscas e sequestros de bens, incluindo veículos e imóveis.
O envolvimento de WT, preso desde abril deste ano, continua sendo o foco das investigações