Na manhã desta quarta-feira (18), a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou a Operação Nota Fria, focada em desvendar um esquema de duplicatas simuladas que causaram prejuízo de R$ 3 milhões a um conglomerado agropecuário em Sapezal, a 480 km de Cuiabá.
A investigação revelou fraudes em notas fiscais emitidas por uma empresa de serviços de borracharia e recapagem de pneus, que, na prática, nunca foram realizados.
Conduzida pelo delegado Mário Santiago, a operação cumpriu ordens de busca e apreensão em endereços em Sapezal e Rondonópolis.
Entre os alvos está R.A.S., de 42 anos, ex-funcionário e gestor dos setores de lubrificação e abastecimento da fazenda, responsável pela contratação da prestadora de serviços investigada.
Em janeiro de 2023, R.A.S. cadastrou uma empresa que, embora tenha como atividade principal a consultoria em gestão empresarial, emitiu 250 notas fiscais falsas no valor de R$ 3 milhões.
Uma auditoria interna da fazenda revelou que não houve registros de entrada e saída de pneus no período, confirmando que os serviços não foram executados.
A comparação entre as despesas da fazenda de Sapezal e outra unidade do mesmo grupo, com o dobro de veículos, mostrou uma discrepância significativa: os custos de recapagem em Sapezal foram quase dez vezes maiores.
Inspeções no computador corporativo do investigado identificaram propostas comerciais alteradas antes de serem finalizadas e nenhuma troca de e-mails com orçamentos da prestadora de serviços.
Contudo, as notas fiscais para pagamento estavam registradas no sistema, sugerindo conivência no esquema fraudulento.
A GCCO também destacou a localização da prestadora em Rondonópolis, distante 750 km de Sapezal, e o fato de a fazenda ser, aparentemente, o único cliente da empresa.
A operação contou com apoio das delegacias locais de Sapezal e Rondonópolis.
As investigações continuam, e a polícia busca identificar outros possíveis envolvidos no esquema, que deixou um rombo milionário em uma das principais fazendas da região.