Midianews
A Polícia Civil de Mato Grosso revelou detalhes chocantes sobre o envolvimento de agentes públicos na fuga de dois detentos ligados ao crime organizado, em uma operação que expôs fragilidades e corrupção dentro do sistema prisional.
O ex-diretor do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, Adão Elias Junior, e o policial penal Léo Márcio da Silva Santos foram presos durante a Operação Shadow, acusados de facilitar diretamente a fuga, ocorrida em julho de 2023.
O delegado Rodrigo Azem, responsável pela investigação, foi enfático ao afirmar que o episódio não se tratou de uma fuga casual.
Segundo ele, houve conivência deliberada dos servidores com um plano traçado em parceria com uma facção criminosa.
“Foi algo arquitetado nos mínimos detalhes. Eles sabiam o que estavam fazendo. Praticamente abriram as portas e deixaram os presos saírem”, declarou.
Os fugitivos, identificados como G.R.S., o “Vovozona” — conhecido por sua atuação como liderança criminosa no sul do Estado — e T.A.F.O., condenado por homicídio, aproveitaram a autorização de saída para trabalho externo para desaparecer.
A autorização foi concedida sem que os critérios legais fossem respeitados, e a escolta, feita por Léo Márcio, acabou sendo parte da estratégia para a fuga.
A polícia encontrou vestígios da fuga numa chácara em Poconé, onde roupas usadas pelos detentos foram abandonadas. Apesar disso, eles continuam foragidos.
Azem afirmou que há elementos sólidos que comprovam o envolvimento dos dois agentes com o grupo criminoso, incluindo antecedentes que reforçam a suspeita.
O caso levanta sérias questões sobre a infiltração do crime organizado nas instituições públicas e acende um alerta para a segurança dentro do sistema penitenciário.