Uma megaoperação da Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio da Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), resultou na prisão de 11 pessoas na manhã desta segunda-feira,14, por envolvimento na fuga planejada de dois detentos do Centro de Ressocialização Industrial Ahmenon Lemos Dantas, em Várzea Grande.
A ação, denominada Operação Shadow, teve como alvo um grupo criminoso responsável por arquitetar a saída ilegal de reclusos em julho de 2023, incluindo um dos líderes de facção mais perigosos do estado.
A fuga, que inicialmente foi justificada como autorização para trabalho externo, revelou-se uma estratégia criminosa que contou com apoio de dentro e fora da unidade prisional.
Entre os suspeitos presos estão dois policiais penais, além do então diretor da penitenciária, todos apontados como facilitadores diretos do plano de fuga.
As investigações conduzidas pela GCCO, Draco e Gepol identificaram um esquema bem organizado com apoio logístico e institucional.
Foram cumpridos mandados de prisão, buscas, bloqueios de contas e sequestros de bens em quatro municípios: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Poconé.
As ordens judiciais foram expedidas pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá.
O fugitivo G.R.S., apelidado de “Vovozona”, é considerado de altíssima periculosidade e apontado como liderança do crime organizado na região sul do estado.
Já o segundo detento, T.A.F.O., havia sido condenado por homicídio e já havia tentado fugir anteriormente.
A fuga foi possível graças à ação de um agente penal que utilizou uma caminhonete oficial para transportar os presos.
A operação é parte do programa Tolerância Zero contra facções criminosas, desenvolvido pela Polícia Civil de Mato Grosso, com apoio da Rede Nacional de Unidades Especializadas no Enfrentamento das Organizações Criminosas, coordenada pelo Ministério da Justiça.
Segundo o delegado Rodrigo Azem Buchdid, da Draco, o objetivo da operação é desmontar por completo a estrutura que deu suporte à fuga.
O nome Shadow remete aos rastros deixados pelos fugitivos, que acabaram por revelar toda a cadeia de envolvimento.
A Corregedoria da Sejus acompanha de perto o caso e garantiu que todos os servidores envolvidos responderão conforme as exigências legais.
