A Polícia Judiciária de Mato Grosso está à frente de uma investigação sobre um esquema de estelionato envolvendo G.J.V.U., ex-vendedor de uma concessionária de renome no estado.

 

Ele é acusado de ter aplicado golpes milionários em compradores de veículos seminovos da rede Saga Primeira Mão, aproveitando-se da confiança que possuía devido aos anos de trabalho na empresa.

 

De acordo com os boletins de ocorrência, o suspeito utilizava seu cargo para vender os mesmos carros a várias pessoas, desviando os pagamentos para sua conta pessoal.

 

Entre as vítimas está o comerciante J.F.L.P., que relata ter comprado sete veículos – entre eles modelos populares como Onix, Cobalt e Sandero – diretamente com G.J.V.U., mas nunca recebeu os carros.

 

“Paguei diretamente para ele, mas os veículos nunca foram entregues”, afirmou J.F.L.P. Outro empresário, E.F.M., revelou um prejuízo de R$ 103 mil ao comprar veículos via Pix para a conta pessoal do ex-vendedor. “Depois que paguei, ele parou de atender minhas ligações”, disse.

 

O golpe não parou por aí. A.A.M., comerciante de Sinop, conta que adquiriu cinco veículos de G.J.V.U., mas só recebeu três, sendo que um deles estava sem documentação.

 

O suspeito, que já havia deixado o estado de Mato Grosso, continua a ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, aparecendo em festas e eventos em Goiânia e São Paulo ao lado de cantores sertanejos famosos. “É revoltante ver ele gastando nosso dinheiro em festas enquanto lutamos para recuperar o que perdemos”, desabafou uma das vítimas.

 

A advogada Nathalia Lacerda, representante de uma das vítimas, revelou que G.J.V.U. tinha acesso privilegiado a informações da concessionária, facilitando as fraudes.

 

Ele utilizava o cadastro da esposa para efetuar as transações, emitindo notas fiscais em seu nome, o que dificultou o rastreamento das vendas ilegais.

 

Lacerda também acusa a concessionária de negligência por não supervisionar adequadamente as ações de G.J.V.U., afirmando que a empresa pode ser responsabilizada solidariamente com base no Código de Defesa do Consumidor.

 

As autoridades continuam as investigações e pedem que mais vítimas compareçam à delegacia para registrar boletins de ocorrência.

 

Enquanto isso, a polícia trabalha para rastrear os bens de G.J.V.U. e bloquear suas contas bancárias, na tentativa de recuperar parte dos valores desviados.

 

Há indícios de que ele esteja frequentando festas em Goiânia e São Paulo, mas sua localização exata ainda não foi confirmada.