A Polícia Federal (PF) suspeita que o desembargador João Ferreira Filho teria recebido R$ 100 mil para conceder a liberdade ao policial militar Victor Ramos de Castro, preso em Sorriso (MT) em 2021 por suspeita de associação criminosa armada e porte ilegal de arma de fogo.
A denúncia veio à tona na operação Sisamnes, deflagrada nesta terça-feira (26), que investiga um suposto esquema de venda de sentenças no Judiciário.
A operação teve como base interceptações telefônicas e mensagens entre o advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023, e o lobista Andreson Gonçalves, ambos diretamente envolvidos na negociação.
De acordo com a PF, as provas incluem conversas indicando a intercessão do desembargador para liberar o policial em troca de um habeas corpus.
As investigações apontam que o desembargador João Ferreira Filho concedeu a ordem de soltura no mesmo período mencionado por Zampieri e Gonçalves nas mensagens.
As trocas de texto incluem negociações explícitas sobre o pagamento de R$ 100 mil.
Em uma das conversas registradas, Zampieri pressionou Gonçalves para garantir o cumprimento do acordo, dizendo:
“Quando precisa, a gente se desdobra e atende o pedido, e agora não cumpre o combinado? Aperta esse cidadão.”
Segundo a PF, a transação foi concretizada no dia 12 de julho de 2021, quando Gonçalves transferiu o valor combinado para a conta de Zampieri por meio da empresa Florais Transportes Eireli.
Na operação desta terça-feira, Gonçalves foi preso preventivamente, enquanto João Ferreira Filho e Victor Ramos foram alvos de mandados de busca e apreensão.
O desembargador também foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica enquanto as investigações prosseguem.
O ministro ,Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal de Justiça, ressaltou que os elementos coletados “se qualificam como suficientes para demonstrar o envolvimento de João Ferreira Filho na empreitada criminosa”.
Um Esquema Bem Articulado
De acordo com os autos, Zampieri e Gonçalves demonstravam pleno conhecimento sobre as designações judiciais.
Em uma mensagem datada de 28 de junho de 2021, Zampieri garantiu que João Ferreira despacharia o habeas corpus naquele mesmo dia, alinhando as datas com o plantão do magistrado no Tribunal de justiça de MT.
A PF afirmou que o caso reflete o uso sistemático de influências ilícitas para manipular decisões judiciais.
As investigações continuam, e novos desdobramentos são esperados para os próximos dias
ALAN 27/11/2024
E a nulidade de todas as decisões proferidas? E as indenizações contra o Estado de Mato Grosso? E A aposentadoria vitalícia que esses juízes vão ganhar? Brasil é muito imoral, repleto de porcos imundos, que a justiça de Deus chegue até esses imundos, lembrando que a família também se beneficiou... a justiça não escolha apenas réus.. o preço é doloroso... Espero que paguem em vida se for da vontade do senhor, se assim fosse, ao menos poderiam sentir o que milhares de pessoas sentiram quando tiveram suas vidas destruídas por decisões vendidas. Nota de repúdio ao judiciário de MT.
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