A presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL), reafirmou sua posição contrária ao aborto, mesmo em casos de violência sexual, e sugeriu que vítimas de estupro que engravidem levem a gestação adiante e entreguem os bebês para adoção.
Em entrevista à imprensa, Calil argumentou que submeter uma vítima de estupro a um aborto seria expô-la a um segundo trauma. “Essa adolescente já passou por um trauma imensurável, que marcará sua vida para sempre", disse.
Ela precisa de acompanhamento psicológico, e não de um novo sofrimento”, declarou.
A parlamentar comentou o polêmico Projeto de Lei conhecido como “PL do Estupro”, que propõe pena de prisão para mulheres que realizem aborto após 22 semanas de gestação, ainda que tenham sido violentadas. O texto está previsto para votação nesta quinta-feira (6), e Paula apresentou uma Moção de Apoio à proposta.
Além disso, a vereadora manifestou respaldo ao Projeto de Decreto Legislativo (PDL) da Câmara dos Deputados, que busca anular uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), a qual estabelece diretrizes para o aborto legal em crianças e adolescentes vítimas de estupro.
Segundo Calil, cada caso deve ser analisado juridicamente, mas a melhor solução, em sua visão, seria a adoção. “Essa criança pode ser levada à adoção. De qualquer maneira, a mãe passará por um trauma, seja pelo estupro ou pelo aborto. Por isso, defendo que a vida seja preservada e que a vítima receba o suporte necessário para seguir em frente”, concluiu.