O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) afirmou que o governo "cortou na própria carne" ao exonerar Luluca Ribeiro (MDB) da Secretaria de Agricultura Familiar, em resposta a indícios de ilegalidades na pasta.
A demissão ocorreu em 23 de julho, quando a Controladoria-Geral do Estado (CGE) iniciou uma investigação sobre um suposto sobrepreço na aquisição de kits agrícolas com emendas parlamentares.
Nesta semana, a ex-secretário foi alvo de uma operação policial, a Operação Suserano, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor).
Em coletiva, Pivetta enfatizou que a gestão não tem compromisso com erros e reafirmou a disposição do governo em enfrentar irregularidades.
"Toda a nossa equipe sabe que não há tolerância para o mal feito", declarou.
O vice-governador, que não possui detalhes da operação, ressaltou que investigações desse tipo refletem na imagem do governo, mas garantiu que a gestão não compactuará com eventuais falhas.
"Foi noticiada alguma possibilidade de erro. Isso foi encaminhado para a CGE, que investigou e deu os encaminhamentos. As consequências não dependem da nossa vontade. Eu, pessoalmente, sinto muito", acrescentou.
A Operação Suserano foi desencadeada a partir de um relatório da CGE, que indicou um sobrepreço de até 80% na compra de kits de agricultura familiar, totalizando R$ 28 milhões.
Mais de 50 ordens judiciais foram cumpridas, incluindo 11 mandados de busca e apreensão em Cuiabá, Várzea Grande e Alto Paraguai, visando a coleta de equipamentos eletrônicos e documentos.
O Poder Judiciário também determinou o sequestro de imóveis e veículos, além do bloqueio de bens e valores até R$ 28 milhões, e o afastamento dos servidores envolvidos.
Pivetta finalizou afirmando que o governo aguarda o desfecho da investigação e as decisões judiciais, reconhecendo que a situação é preocupante para a administração e para os cidadãos contribuintes.