A mobilização pró-anistia realizada na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (6), segue repercutindo — desta vez, por conta de uma forte troca de acusações entre o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República e general da reserva, e o pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante o ato, Malafaia fez duras críticas ao Alto Comando do Exército, chamando os generais de “frouxos”, “covardes” e “omissos”. Embora tenha afirmado que não defendia um golpe de Estado, cobrou das Forças Armadas uma postura mais firme diante do cenário político atual.

As declarações incomodaram profundamente Mourão, que reagiu em suas redes sociais sem citar diretamente o nome do pastor. “Quem se aproveita de uma manifestação legítima para atacar as Forças Armadas revela não conhecer Honra, Dever e Pátria — valores que guiam o Exército de Caxias”, escreveu. Em outro trecho, chamou Malafaia de “falastrão” e o acusou de “total falta de escrúpulos”.

Já Bolsonaro, em entrevista à Revista Oeste, deu respaldo ao discurso do pastor.

Malafaia não deixou sem resposta. Em tom inflamado, partiu para o ataque direto contra Mourão, a quem acusou de "traição" e "jogo duplo". “Você nunca foi leal a quem te colocou na vida política, que foi o presidente Bolsonaro. Sempre omisso, em cima do muro. Está apanhando muito nas redes sociais. COVARDE FALASTRÃO!”, escreveu o pastor em sua conta no X (antigo Twitter).

A troca pública de farpas entre dois dos nomes mais influentes do bolsonarismo escancarou fissuras dentro do movimento, especialmente entre a ala civil e a ala militar. O episódio também reacende o debate sobre a atuação das Forças Armadas no ambiente político brasileiro e aprofunda o racha entre lideranças da direita.

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