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POLÍTICA NACIONAL Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024, 17:49 - A | A

Sexta-feira, 08 de Novembro de 2024, 17h:49 - A | A

"SERIA INEVITÁVEL"

Ministro de Lula ameaça deixar cargo caso haja corte na previdência; entenda

“Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real no salário mínimo? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo”, afirmou.

direitaonline

 

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, declarou que deixará o governo caso as reformas propostas afetem direitos adquiridos ou reduzam o salário mínimo. Em entrevista ao jornal O Globo, Lupi afirmou que sua saída seria inevitável se os cortes comprometerem a previdência:

 

“Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real no salário mínimo? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo”, afirmou.


 

 

 

Lupi acredita, entretanto, que o governo do qual faz parte não tomará medidas prejudiciais aos direitos previdenciários. Ele defendeu a cobrança dos “grandes devedores” e a taxação de grandes fortunas, proposta em andamento pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para ele, “despesa obrigatória não tem como ser cortada” e ressaltou que a inflação está controlada e que há ganho real no salário.

 

O ministro também falou sobre a necessidade de economizar por meio da revisão de benefícios irregulares, destacando o auxílio-doença como uma das áreas que precisam de maior controle: “Se um cara teve uma doença e se curou, como continua tendo licença? […] Precisamos botar tecnologia de ponta e ajudar quem tem direito, separar o joio do trigo”, argumentou Lupi.


 

 

 

A declaração de Lupi se soma à ameaça do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que afirmou que também deixará o governo caso os cortes afetem benefícios de sua pasta. Ambos aguardam o anúncio de um plano de redução de despesas que, segundo Haddad, será feito em breve.


 


Nosso grande desafio é o equilíbrio fiscal. Como fazê-lo em cima da miséria do povo brasileiro? Quero discutir taxação das grandes fortunas. O (Fernando) Haddad (ministro da Fazenda) até está propondo isso. Quem tem que doar algo nesse processo é quem tem muito, não quem não tem nada. Como vai pegar a Previdência? A média salarial das pessoas é R$ 1.860. Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real (no salário mínimo)? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo. Acho que o governo não fará isso. Temos que cobrar os grandes devedores, a sonegação e as isenções indevidas.


 

 


Despesa obrigatória não tem como ser cortada. Acha que algum congressista vai tirar direito de aposentado? Tenho que nascer de novo para acreditar nessa história. O que podemos fazer, e estamos fazendo, é apertar as irregularidades. Estamos fazendo uma economia grande conferindo gente que não tem mais direito à licença por doença. Se um cara teve uma doença e se curou, como continua tendo licença? O grande desafio da Previdência é que mais da metade dos nossos pedidos são de auxílio-doença. O Brasil está doente assim? Temos que melhorar, por exemplo, a biometria. Precisamos botar tecnologia de ponta e ajudar quem tem direito, separar o joio do trigo.

 

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