O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta quinta-feira (7) que está "fora da vida pública" e vive seu "melhor momento" na advocacia, após ser mencionado por Jair Bolsonaro (PL) como possível aliado para a disputa presidencial de 2026. Bolsonaro havia sugerido que poderia conversar com Temer sobre uma possível chapa para concorrer ao Planalto, mas o ex-presidente se mostrou rapidamente contrário à ideia.
Temer, que foi vice de Dilma Rousseff (PT) e assumiu a presidência após o impeachment de 2016, respondeu às declarações de Bolsonaro por meio de sua assessoria, destacando que sua fase política ficou para trás. “Ele [Bolsonaro] está tentando fazer um gesto de reconhecimento do bom trabalho que fiz, mas estou fora da vida pública”, afirmou a assessoria de Temer em entrevista à GloboNews. O ex-presidente também enfatizou que está focado em sua carreira na advocacia, onde vive um momento de reconhecimento.
O comentário de Bolsonaro sobre uma possível conversa com Temer surgiu em uma entrevista à Folha de S. Paulo, onde ele reafirmou seu desejo de concorrer à presidência novamente em 2026. Bolsonaro ainda especulou que a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos poderia ter algum impacto em sua inelegibilidade no Brasil. Ele também destacou que não descarta conversar com nenhum ex-presidente, incluindo Temer, e ressaltou a importância do “garantismo” do ex-presidente.
Porém, Temer foi enfático em desmentir qualquer especulação sobre uma chapa com o ex-presidente. "Aquilo é uma brincadeira, só pode ser", afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo. "Achei esquisitíssimo. Se ele [Bolsonaro] disse isso, então ele foi delicado. Se ele falasse que descarta, poderiam achar que sou eu que estou querendo", completou, destacando que considera essas conversas "inexistentes".
A possibilidade de uma aliança entre Temer e Bolsonaro gerou especulações nos bastidores da política, com algumas fontes ligadas a ambos os lados indicando que poderia haver discussões informais sobre uma eventual candidatura. No entanto, o ex-presidente se mostrou desconfortável com o tema, rechaçando qualquer vínculo futuro com o ex-mandatário, além de afirmar que, em sua opinião, qualquer conversa sobre isso é desnecessária e infundada.
Em 2021, Michel Temer já havia intercedido em uma situação tensa entre o governo Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), ao atuar como intermediário em uma aproximação entre o presidente e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, ele descartou qualquer envolvimento em tentativas de influenciar decisões judiciais em relação à inelegibilidade de Bolsonaro. "Naquela época, a intermediação tinha o objetivo de pacificar o país. Agora, não vou interferir, a não ser que me peçam", explicou.
Além disso, Bolsonaro também comentou sobre sua relação com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump. O ex-presidente brasileiro, que teve seu passaporte apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Tempus Veritatis, declarou ainda que pedirá ao ministro Alexandre de Moraes a devolução do documento, criticando o que considera uma “perseguição” sem resultados concretos. Bolsonaro sugeriu que, como ex-presidente, ele tem direito de viajar para os Estados Unidos, questionando a justificativa para a retenção do passaporte.
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