Em um discurso contundente, o deputado federal Nelson Barbudo (PL) não poupou críticas à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a escala 6x1 de trabalho no Brasil.
Apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), a PEC propõe reduzir a jornada semanal para quatro dias e 36 horas.
Para Barbudo, a medida é uma “aberração” e inviável economicamente, chamando-a de “populista” e “descolada da realidade”.
“Eu não assinei porque sou contra, mas deixei claro que apoio uma PEC onde patrões, funcionários e sindicalistas discutam juntos. Essa proposta, como está, não tem pé nem cabeça”, afirmou o deputado. Ele ainda questionou como a proposta seria viabilizada: “Nem a própria autora sabe de onde sairia o dinheiro para pagar três dias não trabalhados”.
Barbudo também disparou contra o objetivo da proposta, insinuando que a deputada a apresentou apenas para “fazer graça” com seus eleitores. Segundo ele, nem mesmo parlamentares da esquerda estariam alinhados com a PEC: “Nem o PT concordou, por que eu concordaria?”.
A proposta, que já conta com cerca de 200 assinaturas na Câmara, enfrenta resistência mesmo entre parlamentares de estados como Mato Grosso, onde apenas Emanuelzinho (MDB) e Gisela Simona (União) aderiram.
Barbudo defende que a medida poderia “quebrar o país” ao impor custos insustentáveis aos empresários.
Ele sugere o modelo americano de remuneração por horas trabalhadas como alternativa mais equilibrada.
“Qual empresário vai pagar seis dias para o funcionário trabalhar quatro? Isso não funciona. No modelo americano, trabalhou, ganhou. É simples, justo e economicamente responsável”, concluiu o parlamentar.
A PEC, que altera o artigo 7º da Constituição, tem dividido opiniões na Câmara e no setor produtivo.
Enquanto os defensores argumentam que a medida promove maior qualidade de vida ao trabalhador, os críticos apontam riscos econômicos e de desemprego.
A controvérsia sobre a escala 6x1 promete dominar as discussões legislativas nas próximas semanas, colocando em evidência a tensão entre o avanço dos direitos trabalhistas e a viabilidade econômica de mudanças tão profundas no regime de trabalho brasileiro.
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