Uma reportagem do jornal Estadão revelou que a Mídia Ninja, rede de comunicação de esquerda liderada pelo cuiabano Pablo Capilé, recebeu recursos públicos por meio de ONGs, apesar de afirmar não ser financiada pelo governo.
Durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), duas entidades ligadas ao grupo obtiveram cerca de R$ 4 milhões em convênios, emendas parlamentares e incentivos fiscais.
A principal beneficiada foi a Associação Coletivo Cultural, que recebeu R$ 3,4 milhões, incluindo R$ 296 mil por meio de convênio com a Fundação Nacional de Artes (Funarte), órgão vinculado ao Ministério da Cultura.
Documentos indicam que essa ONG foi criada para oferecer suporte institucional à Mídia Ninja e à rede cultural Fora do Eixo.
Além dessa entidade, a Associação de Produtores e Gestores Independentes de Cubo Card também obteve R$ 599,9 mil do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, do Ministério da Justiça. Essa ONG é presidida por Marielle Ramires Pinto, cofundadora da Mídia Ninja, e recebeu o valor no final de 2024.
Embora as entidades neguem vínculos políticos com o governo, o Estadão apontou que vários membros da Mídia Ninja participaram de comitês que influenciaram a escolha de projetos beneficiados por repasses públicos.
O cientista político Leandro Consentino alerta que esse tipo de relação pode afetar a concorrência eleitoral e política, pois direcionar recursos para organizações alinhadas ao governo pode gerar questionamentos sobre a legitimidade da distribuição de verbas públicas.
O Ministério da Cultura afirmou que as escolhas seguiram critérios de representatividade regional, étnico-racial e de atuação artística.
Já o Ministério da Justiça garantiu que as ONGs foram selecionadas por meio de um chamamento público em julho de 2023, no qual foram contemplados 42 projetos.
Apesar das justificativas oficiais, a revelação gerou debates sobre transparência e financiamento indireto de militâncias políticas por meio de convênios e incentivos governamentais.
ELIDIO HONORIO DOS SANTOS 04/03/2025
Ong/s são entidades privadas, devem gerar seus recursos pelas suas atividades e não com dinheiro do governo, Assim agindo o governo fica evidente a sua participacão na alocação e retorno político Pó recurso liberado sem passar pelo tribunal de contas e outros órgãos fiscalizadores do dinheiro público aplicado
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