A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reagiu duramente ao pedido de anistia feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em favor dos envolvidos nas manifestações antidemocráticas de 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro argumentou que o benefício ajudaria na "pacificação" do país, mas a líder petista classificou a postura do ex-presidente como covarde e oportunista.
Gleisi relembrou episódios associados a apoiadores de Bolsonaro, incluindo a tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, em dezembro de 2022, planejada por George Washington de Oliveira Sousa. Em sua conta na rede social X (antigo Twitter), a deputada ironizou a estratégia de Bolsonaro:
“Depois de apelar aos militares desonrados, aos acampados nos quartéis e seus financiadores, aos terroristas do aeroporto de Brasília, aos juristas de golpe e à horda que atacou os 3 poderes para derrubar o presidente Lula, Bolsonaro agora ‘faz apelo’ ao STF e até a Lula para não pagar por seus crimes contra a democracia e o país.”
Defesa da Punição
A deputada reforçou sua posição de que todos os responsáveis pelos atos golpistas devem ser punidos, incluindo aqueles mencionados em investigações recentes da Polícia Federal (PF), que revelaram um plano para assassinar autoridades e promover um golpe de Estado em 2022.
Gleisi ainda destacou o histórico de defesa de Bolsonaro em relação a torturadores do regime militar, o que, segundo ela, reflete seu caráter:
“Sempre foi um covarde, como eram covardes os torturadores que ele defende, e agora virou chorão. A quem poderiam apelar as vítimas se tivesse dado certo o golpe que ele ‘planejou, atuou e teve domínio’, como demonstrou a PF? Punição para todos! Sem anistia! Arquivamento já!”
“Sempre foi um covarde, como eram covardes os torturadores que ele defende, e agora virou chorão. A quem poderiam apelar as vítimas se tivesse dado certo o golpe que ele ‘planejou, atuou e teve domínio’, como demonstrou a PF? Punição para todos! Sem anistia! Arquivamento já!”, defendeu.
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PL da Anistia
Na Câmara dos Deputados há um projeto de lei que visa conceder o benefício aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. A matéria aguarda a criação de uma comissão especial para ser analisada, mas o tema submergiu depois do envolvimento de bolsonaristas na trama golpista.
Em entrevista nesta semana, Jair Bolsonaro pediu ação de Lula e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para conceder anistia aos envolvidos nas manifestações antidemocráticas.
“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Em 1979, foi anistiada gente que matou, que soltou bomba, que sequestrou, que roubou, que sequestrou avião. Vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes no tocante à anistia, estava tudo resolvido. Não querem pacificar? Pacifica!”, disse o ex-presidente.
Por outro lado, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já defendeu a condenação de todos os envolvidos nos atos antidemocráticos.
A postura contundente de Gleisi marca mais um capítulo da polarização política em torno das investigações sobre os atos antidemocráticos e a responsabilidade de lideranças políticas no episódio.