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BRASIL Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 16:38 - A | A

Quinta-feira, 23 de Janeiro de 2025, 16h:38 - A | A

RECORDE HISTÓRICO

Com 30 milhões de hectares queimados, Brasil vive tragédia ambiental em 2024

O jornal O Globo destacou a "inércia do governo Luiz Inácio Lula da Silva" na adoção de medidas preventivas e no combate aos incêndios.

Ana Barros

 

As queimadas no Brasil atingiram níveis alarmantes em 2024, com 30,8 milhões de hectares consumidos pelo fogo, conforme relatório do MapBiomas. Este número representa um aumento de quase 80% em relação a 2023, configurando o pior cenário desde 2019. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) reforçam a dimensão do problema: foram registrados 278.299 focos de incêndio, o maior índice desde 2010, um crescimento de 46,5% em relação ao ano anterior.

 

Embora o fenômeno climático El Niño e a seca tenham intensificado a vulnerabilidade da vegetação, especialistas e críticos atribuem parte da tragédia à falta de ações eficazes por parte do governo federal. Em editorial publicado nesta quinta-feira (23), o jornal O Globo destacou a "inércia do governo Luiz Inácio Lula da Silva" na adoção de medidas preventivas e no combate aos incêndios.

 

“O Brasil não pode esperar ser sufocado por chamas e fumaça para agir”, alertou o editorial, ressaltando que as reações governamentais começaram efetivamente apenas quando a fumaça chegou a Brasília. Brigadistas e forças-tarefas foram então mobilizados para lidar com incêndios que já estavam fora de controle.

 

A crítica também evidenciou uma incoerência entre o discurso ambientalista do governo e suas ações. Quando na oposição, o governo atual condenou a gestão de Jair Bolsonaro pela suposta leniência em relação às queimadas. “De um governo eleito sob bandeiras ambientalistas, esperava-se mais”, pontuou o editorial.

 

A devastação de 2024 atingiu uma área equivalente ao tamanho da Itália, expondo a urgência de políticas públicas mais eficazes. Ane Alencar, coordenadora do MapBiomas Fogo, destacou a necessidade de maior controle sobre o uso da terra e a regulamentação do fogo agropecuário.

 

O editorial ainda alertou para o risco de que as chuvas do verão abafem temporariamente o problema, deixando-o esquecido. “As chuvas não podem ser a principal estratégia contra as queimadas”, concluiu, reforçando a necessidade de medidas estruturais em um cenário global de mudanças climáticas.

 

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