O Supremo Tribunal Federal (STF) absolveu o ex-executivo da General Electric, Daurio Speranzini, no âmbito da Operação Ressonância, um desdobramento da Lava Jato. Detido em 2018, sob acusações de formação de quadrilha e fraude em licitação, Speranzini passou um mês preso no cadeião de Pinheiros, em São Paulo, enquanto trabalhava na Philips.
A decisão foi proferida pelo ministro Gilmar Mendes, que determinou a falta de provas e justa causa para o processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF).
“O MPF não descreve minimamente as circunstâncias específicas das condutas do acusado. Trata-se de uma narrativa manifestamente precária”, afirmou Mendes na sentença.
O prazo para o MPF recorrer expirou no dia 27 de janeiro, consolidando a absolvição definitiva de Speranzini.
Impactos da Lava Jato na vida do executivo
Speranzini, que foi libertado por meio de um habeas corpus, acabou afastado da General Electric e, posteriormente, demitido sem justa causa.
Em entrevista ao portal UOL, ele afirmou que sua prisão teve efeitos devastadores em sua saúde mental, forçando-o a buscar apoio psiquiátrico e psicológico diariamente.
“Depois, fiquei 30 dias no cadeião de Pinheiros. Dormi no chão, porque tinha 15 pessoas na cela e apenas dez camas”, relatou.
O executivo classificou a Lava Jato como uma ‘bala perdida’ que o atingiu injustamente. Segundo ele, o caso levou mais de seis anos para ser julgado na primeira instância e, mesmo sem provas contra ele, seus bens continuam bloqueados.
Decisão do STF e questionamentos sobre a Lava Jato
A defesa de Speranzini celebrou a decisão do STF, afirmando que ela corrige uma injustiça e reforça que liderar uma empresa não é crime.
O caso levanta novos questionamentos sobre os processos da Lava Jato, especialmente após o afastamento do juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio de Janeiro.
Com essa decisão, o STF reforça a necessidade de provas concretas para justificar denúncias e reforça as críticas contra abusos cometidos durante a Lava Jato.