Mais uma polêmica tomou as redes sociais, desta vez envolvendo o luxo de igrejas evangélicas. Principalmente no TikTok, internautas opinam sobre templos com espaços ostensivos, enquanto outros defendem o alto investimento para conforto dos fiéis.
Tudo começou após a influenciadora Letícia Oliveira mostrar a estrutura luxuosa da igreja que frequenta em São Paulo, com direito a um amplo espaço infantil, sala sensorial, fraldário com TV para acompanhar o culto, um túnel “encantado” e outros atrativos.
A igreja em questão é a Paz Church, e os vídeos de Letícia repercutiram no TikTok. Nos comentários, internautas criticaram a ostentação do local: “Começou apresentando a igreja e terminou no shopping”, ironizou um usuário.
Outra congregação, desta vez em Balneário Camboriú, Santa Catarina, também causou rebuliço com estética minimalista e vídeos virais para atrair fiéis.
O espaço conta com soda italiana gratuita, fila de espera para entrar e uma paleta de cores cuidadosamente neutra. A igreja chegou a ser acusada de elitismo, já que usa expressões em inglês para conversar com os seus fiéis.
Debate nas redes
As congregações chegaram a ser comparadas com shoppings e prédios empresarias nas redes. Um internauta, por exemplo, comentou: “Pobre pode entrar aí? Aquelas pessoas bem humildes com roupas simples podem entrar?”.
Já outro saiu em defesa da congregação paulista: “Queria entender esses comentários. Se uma pessoa tem dinheiro pra fazer algo lindo para adorar a Deus, então deixa eles investirem nisso, tudo perfeito para Ele sempre.”
A discussão impulsionou um fenômeno na internet, levando internautas a reagirem aos templos religiosos de luxo. Um deles, Daniel Pinheiro, chegou a cunhar um termo para definir esses espaços: igrejas gourmets.
Embora o TikTok tenha ajudado a popularizar o fenômeno das “igrejas gourmets”, templos evangélicos com estruturas luxuosas — e voltados para um público específico — não são novidade.
A Bola de Neve Church, que conta com mais de 560 unidades, em 34 países, frequentemente viraliza nas redes sociais pelo formato de seus cultos, que mais se assemelham a grandes eventos de cultura pop. Recentemente, o Metrópoles apurou que o salário de um pastor da igreja varia entre R$ 14 mil e R$ 16 mil.
Procurada pela reportagem, via assessoria de imprensa, a igreja não quis comentar a informação ou revelar o valor oficial.
Já a igreja da Lagoinha Orlando Church, na Flórida (EUA), e a Lagoinha de Alphaville, em São Paulo, viralizou negativamente pela criação de uma “área vip”. Na ocasião, o pastor André Valadão justificou o espaço reservado: “São inúmeras pessoas que, infelizmente, por razões pessoais e até mesmo públicas, não têm o privilégio de poder sentar onde querem nem mesmo viver uma vida comum mais. Agradeça a Deus se você pode ir à igreja e se sentar onde quiser sem ser filmado, fotografado, assediado ou até mesmo ameaçado”.