Cineasta e artista plástico Aluízio de Azevedo
O cineasta e artista plástico Aluízio de Azevedo, responsável por duas produções audiovisuais que exploram a cultura e o estilo de vida cigano, está buscando apoio financeiro para cobrir as despesas de sua participação em uma exposição da ONU, que ocorrerá em Genebra, Suíça, em novembro. O filme "Caminhos Ciganos" (2023) e a minissérie "Diva e As Calins de Mato Grosso" (2022), dirigidos e roteirizados por Aluízio, foram selecionados para a mostra devido ao seu reconhecimento na edição passada do “Concurso Internacional de Arte para Artistas Minoritários”.
Aluízio, que recebeu uma menção honrosa na edição de 2023 do concurso, destacou-se tanto por suas obras audiovisuais quanto por cinco pinturas que abordam a interseccionalidade e a percepção dos ciganos na sociedade. Apesar de ser o único cigano premiado nas três edições do concurso e o primeiro brasileiro a conquistar tal reconhecimento, ele não conseguiu recursos para comparecer à exposição no ano passado.
Agora, com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT) para as passagens, Aluízio espera estar presente no evento, que ocorrerá de 5 a 10 de novembro no "Center for Arts of the International School of Geneva in Switzerland". Ele ainda precisa de patrocínio para cobrir as despesas de hospedagem, alimentação e transporte.
A presença de Aluízio na exposição da ONU é especialmente significativa, dada a escassez de artistas ciganos com visibilidade internacional. Ele acredita que a invisibilidade histórica, o racismo estrutural e o preconceito são barreiras que impedem uma maior representação. Além disso, ele ressalta que as representações ciganas na arte muitas vezes reforçam estereótipos prejudiciais, o que ele busca desconstruir por meio de seu trabalho.
As obras de Aluízio oferecem uma visão autêntica da cultura cigana. A minissérie "Diva e As Calins de MT" homenageia a raizeira e benzedeira cigana Maria Divina Cabral e outras quatro mulheres da etnia Calon, reconhecidas como mestras da cultura mato-grossense. Já o curta "Caminhos Ciganos" documenta a jornada de Aluízio em 2017 para reconectar-se com suas raízes, explorando comunidades ciganas no Brasil, Portugal e França.
A participação de Aluízio na exposição da ONU representa não apenas uma conquista pessoal, mas também uma vitória para os povos ciganos demonstrando a riqueza e a contribuição dessas culturas para a arte e a sociedade.
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