A partir deste sábado, 1º de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os ministros de Estado, os 594 deputados federais e senadores, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, passarão a receber R$ 46.366,19 mensais.
Este valor, que representa o teto do funcionalismo público e mais de 30 salários mínimos, resulta de um pacote de reajustes aprovado pelo Congresso em dezembro de 2022.
Os aumentos acumulados nos últimos dois anos chegam a 50% para Lula, Alckmin e seus ministros, cujos salários eram de R$ 30.934,70 em dezembro de 2022.
Para os congressistas, que recebiam R$ 33.763,00, o reajuste foi de 37%. Já os ministros do STF e o chefe da PGR, que tinham remuneração de R$ 39.293,32, tiveram aumento de 18%.
Os reajustes superaram a inflação registrada no período, de 10,4%. A medida gerou críticas pelo momento econômico, marcado por um salário mínimo estagnado há quatro anos e a falta de reajuste para diversas categorias do funcionalismo público.
A deputada Samia Bomfim (PSOL-SP) afirmou, na época, que “quando se trata de votar o aumento do próprio salário, não há chantagem, é fácil, é tranquilo”, destacando a disparidade entre a alta salarial da elite política e a realidade dos trabalhadores.
O pacote foi aprovado de forma acelerada, próximo às festas de fim de ano, com pouca discussão nas Casas Legislativas.
Apenas PSOL e Novo se opuseram à medida. Os aumentos foram aplicados em etapas: janeiro e abril de 2023, fevereiro de 2024 e, agora, fevereiro de 2025.
A repercussão dos aumentos salariais continua a levantar questionamentos sobre as prioridades na gestão pública, especialmente em um cenário de dificuldades econômicas para a maior parte da população.