O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (19) e a expectativa do mercado financeiro é que a taxa Selic seja elevada de 13,25% para 14,25% ao ano. Esse movimento pode colocar a taxa no mesmo patamar observado entre 2015 e 2016, durante a gestão de Dilma Rousseff, quando o país enfrentava uma grave crise econômica.
Caso confirmada, essa será a quinta alta consecutiva da taxa de juros, uma medida adotada pelo Banco Central para tentar controlar a inflação que, com o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, está em um nível elevado. O aumento da Selic é uma tentativa de esfriar a demanda por crédito e reduzir a pressão sobre os preços, em um cenário de inflação crescente.
Na época do governo Dilma, o Brasil enfrentou uma situação econômica semelhante, com o PIB em desaceleração, inflação elevada e o aumento da Selic sendo utilizado como ferramenta para tentar controlar os preços. Naquele período, a ex-presidente sofreu impeachment, mas o impacto das altas sucessivas de juros ainda foi sentido por muitos brasileiros, especialmente os mais vulneráveis.
O contexto atual é similar, com a economia brasileira experimentando crescimento, mas com a inflação em patamares elevados, exigindo uma resposta de política monetária. O Banco Central, sob a liderança do novo presidente Gabriel Galípolo, busca conter a inflação e, ao mesmo tempo, enfrenta críticas por adotar a estratégia de aumento dos juros, uma medida controversa que, na época do governo Dilma, foi alvo de intensos debates.
Além disso, a decisão do Copom acontece em um momento em que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, também toma decisões sobre os juros, com a expectativa de que mantenha suas taxas entre 4,25% e 4,50% ao ano. Esse cenário internacional também influencia o mercado interno e afeta as projeções de inflação, que para 2025 estão em 5,68%, um índice acima da meta do Banco Central.
Assim como no governo Dilma, onde as altas da Selic foram vistas como uma tentativa de reverter a inflação sem afetar o crescimento econômico, a medida tomada pelo Copom busca conter o aumento dos preços e garantir estabilidade econômica, mas pode gerar impactos negativos no consumo e na confiança do mercado.
Nelson Alberto Pulice 19/03/2025
Se não fosse as altas taxas da selic imprimidas com responsabilidade pelo Banco Central, estaríamos como na Venezuela!
1 comentários