Uma recente pesquisa realizada pelo PoderData revelou que apenas 12% dos brasileiros avaliam como “bom” ou “ótimo” o trabalho dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), uma queda significativa em relação aos 31% registrados dois anos atrás. Este declínio reflete um aumento considerável na insatisfação popular, com 43% dos entrevistados considerando o trabalho dos ministros como “ruim” ou “péssimo” — um aumento em comparação aos 31% que compartilhavam dessa opinião em junho de 2023.

Tendência de Insatisfação

Os dados da pesquisa, coletados desde junho de 2021, indicam que a maior proporção de avaliação negativa foi registrada em setembro de 2022, quando 46% dos brasileiros consideraram o trabalho do STF como “ruim” ou “péssimo”. A menor insatisfação ocorreu em junho de 2021 e junho de 2023, quando esse índice foi de 31%.

O STF e a Defesa da Democracia

Nos últimos anos, o STF tem se destacado pela postura rigorosa de alguns de seus ministros em reagir a ataques que consideram ameaças à democracia. Entretanto, essa postura é vista por muitos como uma forma de defesa do próprio tribunal, especialmente quando se observa a rigidez com que o STF tem lidado com os condenados pelos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, contrastando com as decisões que anularam condenações relacionadas à Operação Lava Jato.

Além disso, o STF tem adotado práticas controversas, como a prorrogação indefinida de inquéritos. O caso do Inquérito das Fake News, aberto em 2019 por iniciativa do STF e agora sob sua sexta prorrogação, exemplifica essa abordagem.

Liberdade de Expressão e o Marco Civil da Internet

A postura do STF também tem gerado debates sobre a liberdade de expressão. Recentemente, os ministros, em especial Dias Toffoli e Luiz Fux, sinalizaram que o conceito de liberdade de expressão pode ser flexível, especialmente quando se trata de redes sociais. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, em um voto recente, apontou os riscos à liberdade de expressão, e o ministro André Mendonça, ao pedir vistas e interromper o julgamento, fez alertas adicionais sobre a questão.

Conflitos de Interesse e Influência Política

Além das controvérsias sobre a atuação judicial, o STF tem sido cada vez mais envolvido em questões políticas. O ministro Flávio Dino, ex-ministro da Justiça de Lula, tem sido um dos principais responsáveis por essa ligação direta com a política, o que gerou desconfiança, especialmente no que diz respeito à gestão das emendas parlamentares.

Os encontros frequentes entre ministros do STF e políticos e empresários em eventos promovidos por agentes com interesses em julgamento no tribunal também têm alimentado a suspeita sobre a imparcialidade e os procedimentos internos da corte.

Essa situação contribui para o aumento da desconfiança da população sobre a atuação do Supremo, que é visto, por uma parcela crescente da população, como politicamente engajado e com posturas que interferem diretamente na política nacional.

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