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MUNDO Terça-feira, 01 de Abril de 2025, 16:40 - A | A

Terça-feira, 01 de Abril de 2025, 16h:40 - A | A

ASHRAM SHAMBALA

Parto de russa expõe rede de tráfico humano e implica seita no Brasil

Russa grávida chamou atenção de médicos e levou à descoberta de rede criminosa internacional ligada a seita que teria o Brasil como destino

METRÓPOLES

 

Uma jovem russa grávida, ao procurar atendimento médico em um hospital na Argentina, acabou desencadeando uma investigação que resultou na prisão de 15 pessoas suspeitas de integrar uma rede internacional de tráfico de pessoas. A organização teria ligação com a seita Ashram Shambala e teria o Brasil como um de seus destinos. As informações são do La Nación.

 

O caso começou no Hospital Zonal Doutor Ramón Carillo, na cidade de San Carlos de Bariloche, província de Río Negro. A jovem, identificada apenas como E.M., estava acompanhada de duas mulheres russas quando procurou atendimento para se preparar para o parto.

 

Durante a triagem, o comportamento das acompanhantes levantou suspeitas da equipe médica, já que ambas demonstraram nervosismo e hesitaram ao responder perguntas básicas sobre seu estado civil e local de residência. Pouco depois, elas saíram apressadamente do hospital.

 

Diante da atitude suspeita, os médicos notificaram a polícia, temendo que se tratasse de um caso de tráfico humano. O Ministério da Segurança Nacional argentino acionou a Polícia Federal (PFA) e a Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) para iniciar uma investigação.

 

Monitoramento

 A Procuradoria-Geral da República de Bariloche designou agentes da Divisão de Unidade Operacional Federal (DUOF) para monitorar discretamente a situação. Quando E.M. retornou ao hospital para a cesariana, os investigadores identificaram as duas acompanhantes e constataram que sua permanência no país estava irregular. Elas foram detidas para averiguação.

 

Pouco depois, outras duas mulheres russas apareceram no hospital para perguntar sobre a saúde da jovem e do bebê recém-nascido. Como apresentavam comportamentos semelhantes aos das primeiras suspeitas, também foram presas.

 

As quatro mulheres foram libertadas dias depois, mas as investigações prosseguiram, com indícios de que elas poderiam fazer parte de uma organização criminosa transnacional ligada ao tráfico humano.

 

Prisões em aeroportos revelaram a dimensão da rede

 

Com o avanço das investigações, as autoridades passaram a monitorar suspeitos que estavam em deslocamento dentro do país. A Justiça argentina autorizou operações nos aeroportos de Bariloche e Jorge Newbery, em Buenos Aires.

 

No Aeroporto Internacional Teniente Luis Candelaria, em Bariloche, os agentes identificaram um grupo de sete russos – um homem e seis mulheres – prontos para embarcar. Todos apresentavam sinais de desnutrição.

 

O homem apontado como líder do grupo já havia sido condenado na Europa a 11 anos de prisão. Ao ser preso, ele tentou tirar a própria vida, cortando o pescoço com uma lâmina de barbear, mas foi impedido pelos policiais.

 

Na bagagem dos detidos, os agentes encontraram comprimidos que, ao serem analisados, testaram positivo para cloridrato de cocaína. No estacionamento do aeroporto, outras duas mulheres russas foram presas ao chegarem em uma van.

 

Enquanto isso, no Aeroporto Jorge Newbery, as autoridades prenderam mais seis suspeitos: três homens russos e três mulheres de diferentes nacionalidades – mexicana, brasileira e russa.

 

Ligação com seita

De acordo com fontes da investigação, todos os detidos haviam comprado passagens na mesma agência de viagens, com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

 

Além disso, outros cidadãos russos já haviam embarcado para o Brasil recentemente, o que reforçou a suspeita de que a organização utilizava a Argentina como um ponto de passagem antes de levar as vítimas para outros países.

 

A polícia ainda investiga se as jovens envolvidas foram vítimas de exploração sexual. A seita Ashram Shambala, mencionada no caso, é conhecida por impor submissão sexual a seus membros e realizar orgias controladas pelos líderes.

 

O promotor Fernando Arrigo, responsável pelo caso, apresentou as provas reunidas até agora à Justiça. A Procuradoria-Geral da República de Bariloche informou que segue com as investigações para determinar a real extensão da organização criminosa e seus possíveis desdobramentos no Brasil e em outros países.

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