O desembargador Marcos Machado, da Primeira Câmara Criminal de Cuiabá, concedeu a liberdade a Alvacir Marques de Souza, acusado de envolvimento na morte do venezuelano Hidemaro Ivan José Sanches Camacho.
O crime ocorreu na rodoviária da capital mato-grossense em fevereiro deste ano.
A decisão, tomada nesta terça-feira (1), substitui a prisão preventiva do acusado por medidas cautelares.
A defesa de Alvacir solicitou habeas corpus alegando que o acusado é réu primário, tem endereço fixo e exerce ocupação lícita como fiscal de plataforma na rodoviária.
No pedido, foi argumentado que ele não oferece riscos que justifiquem a manutenção da prisão preventiva.
No documento policial, consta que Alvacir teria presenciado a agressão sem tomar qualquer atitude.
A decisão do magistrado destacou que a privação da liberdade deve considerar as particularidades de cada caso, evitando prisões automáticas para todos os envolvidos em crimes graves.
Diante disso, a Justiça determinou que Alvacir cumpra medidas cautelares, incluindo a obrigatoriedade de comparecimento periódico ao Juízo, proibição de sair da Comarca sem autorização judicial e comunicação de qualquer mudança de endereço. O alvará de soltura foi expedido logo após a decisão.
O caso
Hidemaro Ivan José Sanches Camacho foi espancado por quatro seguranças na plataforma 1 da Rodoviária de Cuiabá no dia 3 de fevereiro de 2025.
A vítima sofreu ferimentos graves, incluindo um corte profundo na cabeça, e morreu na madrugada do dia seguinte no Hospital Municipal de Cuiabá. Os quatro seguranças envolvidos no crime foram presos em flagrante.
Os suspeitos foram identificados como Alvacir Marques de Souza, 68 anos; Jonas Carvalho de Oliveira, 55 anos; Dhiego Erik da Silva Ferreira, 33 anos; e Luciano Sebastião da Costa, 48 anos.
Três deles foram detidos durante depoimentos na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), enquanto o quarto foi localizado em sua residência em Várzea Grande.
Conforme as investigações, a vítima chegou à rodoviária em aparente estado de surto e começou a se debater contra a estrutura do local. Câmeras de segurança registraram o espancamento.
As imagens mostram Hidemaro tentando fugir da agressão e caindo desnorteado na plataforma, onde continuou a ser agredido e sofreu um mata-leão.
Os quatro suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado, devido ao uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário no dia 13 de fevereiro.