A Câmara de Vereadores de Itajaí (SC) aprovou, na última terça-feira (1º), uma moção de repúdio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), classificando o chefe do Executivo como “persona non grata” no município. A proposta foi apresentada pelo vereador Victor Nascimento (PL) e obteve 11 votos favoráveis e apenas um contrário.

O principal motivo da moção nº 7/2025 é a retirada da gestão portuária de Itajaí — que, até então, era exercida de forma municipal desde a década de 1990 — e sua transferência para a Autoridade Portuária de Santos (APS), considerada um concorrente direto dos interesses locais.

“A retirada do porto da gestão municipal foi um ato de revanche política em face da vitória da Direita. O Porto de Itajaí era o único com gestão municipalizada no país, o que gerava benefícios significativos ao município”, aponta o documento.

 

Além da disputa pela gestão do porto, o texto critica duramente o governo federal em outros pontos, como:

• Política externa, acusando Lula de apoiar ditadores e grupos terroristas;

• Política cambial e econômica, apontando inflação elevada, descontrole das contas públicas e perda do poder de compra da população;

• Alianças diplomáticas com países como Venezuela, Cuba, Nicarágua, República Democrática do Congo e Etiópia.

A expressão “persona non grata” tem origem diplomática, prevista na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961), mas é usada simbolicamente por órgãos legislativos no Brasil como forma de repúdio político. Embora sem efeitos legais, a declaração tem peso simbólico e representa o descontentamento formal da Câmara com a atuação presidencial.

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