No último domingo, 24 de novembro, a cidade de Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá) reviveu um dos episódios mais trágicos de sua história. A chacina que vitimou Clecy Cardoso e suas três filhas completou um ano, e a dor ainda é tão viva quanto a revolta. A família foi brutalmente assassinada por Gilberto dos Anjos, um pedreiro que trabalhava ao lado da casa das vítimas e que hoje, preso, aguarda julgamento sem data definida.
Naquela noite fatídica, Gilberto invadiu a residência pela janela do banheiro e iniciou uma sequência de horrores que marcou para sempre a memória da cidade. Ele tirou a vida de Clecy com uma facada no pescoço e, em seguida, atacou suas filhas Miliani, de 19 anos, e Manuela, de 13, da mesma forma. Melissa, a caçula de 10 anos, foi morta por asfixia. Como se os homicídios não fossem cruéis o suficiente, o assassino estuprou Clecy e as duas filhas mais velhas enquanto as vítimas agonizavam.
Uma Luta Constante por Justiça
Regivaldo Cardoso, esposo de Clecy e pai das meninas, vive o luto dia após dia, enquanto clama por justiça. "É difícil conviver com a falta das meninas. Os dias são ruins, e não poder vê-las, nem abraçá-las, é uma solidão terrível. A Justiça desse país é lenta, mas não tenho vontade de sair da cidade. Minha vida inteira com elas foi aqui", disse ele, em entrevista ao G1 Mato Grosso.
O sentimento de impunidade pesa ainda mais ao se saber que Gilberto estava foragido desde 2022, com um mandado de prisão em aberto por latrocínio. Essa negligência estatal levou Regivaldo e a mãe de Clecy a entrarem com ações judiciais contra o Estado de Mato Grosso, pedindo indenizações de R$ 20 milhões cada. A alegação é de que o crime poderia ter sido evitado se o mandado de prisão tivesse sido cumprido.
Memória e Revolta
A tragédia deixou cicatrizes profundas não apenas na família, mas também na comunidade de Sorriso. A ausência de Clecy, descrita como uma mãe dedicada, e de suas filhas, cheias de sonhos interrompidos, é sentida em cada esquina. "É uma perda que não dá para mensurar. São quatro vidas tiradas de forma brutal, e a cada dia sem resposta, a dor aumenta," lamenta um amigo próximo da família.
Enquanto Gilberto responde pelos crimes de homicídio, estupro, estupro de vulnerável e feminicídio, a sensação de que a justiça é insuficiente para tamanha barbárie persiste. A expectativa é que o julgamento traga algum alívio à família, embora nada possa reparar tamanha perda.
A Luta de Regivaldo Continua
Regivaldo, mesmo devastado pela perda, se mantém firme na busca por respostas e pela memória das mulheres que perdeu. Ele carrega uma esperança silenciosa de que, com o tempo, a justiça prevalecerá e a sociedade será mais segura para outros pais e filhos.
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ALAN 25/11/2024
Tinha que enterrar esse predador vivo.. ficar preso pra que? ... capaz da justiça soltar ainda.. do jeito que anda porca nossa justiça!
1 comentários