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CIDADES Domingo, 24 de Novembro de 2024, 14:15 - A | A

Domingo, 24 de Novembro de 2024, 14h:15 - A | A

DECAPITADA EM SINOP

Mãe de Santrosa clama por justiça e rejeita acusações contra a filha

A família, no entanto, contesta essa versão, rejeitando qualquer envolvimento da cantora com atividades ilícitas.

 

Nilda Salete dos Santos, mãe da cantora trans Santrosa, encontrada morta no dia 10 deste mês em Sinop (503 km de Cuiabá), vive um luto repleto de indignação. “Não choro porque já chorei tudo que tinha”, desabafa. A artista, de 27 anos, foi brutalmente assassinada, encontrada decapitada, com mãos e pés amarrados, e sua mãe insiste em preservar a memória da filha: “Eu só quero que a justiça seja feita, mas sem manchar a imagem dela.”

 

A Polícia Civil de Mato Grosso afirmou que a motivação do crime não foi transfobia, mas sim desavenças relacionadas à venda de drogas, supostamente comandadas pela facção Comando Vermelho.  A família, no entanto, contesta essa versão, rejeitando qualquer envolvimento da cantora com atividades ilícitas.

 

De acordo com o delegado Braulio Junqueira, a investigação aponta que Santrosa continuou a vender drogas sintéticas mesmo após advertências da facção. “Eles mandaram parar com essa venda, mas ela não parou, e a executaram dessa forma covarde. Reviraram a casa à procura da droga, mas não sabemos se encontraram algo”, afirmou Junqueira.

Entretanto, a polícia ainda não identificou os autores do crime. Questionada sobre possíveis antecedentes criminais da vítima, a corporação não respondeu.

 

Cantora, influenciadora e ativista, Santrosa mantinha um canal no YouTube com mais de 4.000 inscritos, onde publicava clipes musicais. Na política, defendeu pautas culturais voltadas às comunidades periféricas de Sinop, buscando representação no Legislativo municipal como a primeira mulher trans na suplencia da cidade.

 

Para a mãe, a sexualidade da filha nunca foi um problema. “Eu sempre soube que ela veio para ser minha alegria. Ela dizia: ‘Mãe, a senhora apareceu na minha vida para não deixar eu morrer’. Isso sempre me marcou.”

 

Salete também era responsável pelos figurinos que Santrosa usava em seus shows e competições, como o vestido do Miss Gay Mato Grosso, em que representou Sinop em abril deste ano. “Ela só queria roupas feitas por mim. Fiquei costurando até poucas horas antes de ela viajar”, lembra.

 

Um Pedido de Justiça

Para Salete, as alegações de envolvimento da filha com drogas são infundadas. “Nunca ouvi falar nada disso. Nunca vi ela usando drogas. Pintaram minha Santrosa como uma coisa que ela não era. Ela era minha filha, uma pessoa carinhosa e especial.”

O brutal assassinato da cantora levanta questões sobre a segurança de pessoas trans no Brasil, um dos países mais violentos para essa população. Para sua mãe, a luta agora é para que a imagem da filha não seja maculada e que os culpados paguem pelo crime.

“Ela preencheu todas as lacunas da minha vida. Perdi uma parte de mim, mas o que quero agora é justiça”, finaliza.

Inf. do FolhaPress

 

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