O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) deflagraram na manhã desta quarta-feira (30) a Operação Bilanz, uma investigação focada em fraudes financeiras e administrativas que teriam ocorrido na Unimed Cuiabá entre 2019 e 2023. A operação tem como um de seus principais alvos o ex-presidente da cooperativa de saúde, Rubens de Oliveira Júnior. Estima-se que o rombo financeiro seja de aproximadamente R$ 400 milhões.
A operação cumpre seis mandados de prisão nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais, tendo como outros investigados Ana Paula Parizotto e Eroaldo de Oliveira. De acordo com o MPF e a PF, os suspeitos são ex-administradores da Unimed Cuiabá, e os crimes em análise incluem falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Foram expedidos mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens e afastamento de sigilos financeiros e fiscais dos envolvidos.
A investigação revelou práticas irregulares nos relatórios contábeis submetidos à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em que se constatou a omissão de um déficit de R$ 400 milhões no balanço patrimonial de 2022. No início de 2023, após a eleição de Carlos Bouret como novo presidente, diversas anormalidades na administração foram identificadas. A auditoria, realizada pela PP&C Auditores Independentes, encontrou uma discrepância significativa no balanço da cooperativa, que havia sido reportado como positivo em R$ 371,8 mil pela antiga gestão.
O relatório apontou, entre outras irregularidades, a construção inacabada de um hospital próprio e um centro de cuidados terapêuticos, projetos que consumiram R$ 95 milhões sem serem finalizados. A Unimed Cuiabá é uma das principais operadoras de saúde do estado, com 220 mil usuários e 60% do mercado, sendo apoiada por 1.381 médicos cooperados.
As autoridades afirmaram que novas informações sobre o caso serão divulgadas conforme o avanço das investigações, respeitando as limitações legais.
AURORA DE FIGUEIREDO AMORIM 30/10/2024
Não é fácil não
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