Em uma operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, o diretor da Escola Estadual Padre João Panarotto, localizada em Cuiabá, foi preso na manhã desta quinta-feira (31). A ação faz parte da Operação Lobo Mau, que visa desarticular uma rede de produção, armazenamento e compartilhamento de material de abuso sexual infantil, conhecido como CSAM (Child Sexual Abuse Material).
A prisão foi efetuada no bairro Morada da Serra, onde Elson Bosco da Ojeda, professor de História e diretor da escola, foi detido após a apreensão de aproximadamente 190 gigabytes de material pornográfico infantil. O suspeito, que possui este material há anos segundo ele mesmo, alegou aos policiais que não compartilhou ou comercializou os conteúdos, o que, de acordo com Elson, poderá ser comprovado na perícia.
E.L.G.S., advogado e funcionário público federal, é casado com o professor há mais de 30 anos. Ele relatou que jamais teve conhecimento da prática criminosa do marido. Segundo ele, nunca teve acesso à senha do computador de Elson ou à rede wi-fi da residência.
"Sempre repudiamos a pedofilia em nossas conversas", afirmou, reiterando que todos os equipamentos apreendidos pertencem exclusivamente ao seu companheiro.
Ação Surpreendente
De acordo com o relato de E.L., o casal estava saindo de casa para a academia por volta das 5h30 da manhã, quando foram abordados por policiais. A equipe solicitou que retornassem à residência, onde foi apresentado o mandado de busca e apreensão. Durante a vistoria, os agentes localizaram o extenso acervo de conteúdo ilegal em dispositivos eletrônicos.
Operação Lobo Mau
A Operação Lobo Mau, deflagrada pelo Gaeco, busca desmantelar uma rede criminosa de pornografia infantil com atuação em diversos estados brasileiros. Além de Elson, outro suspeito, um jovem de 19 anos, foi detido em Tangará da Serra, também em Mato Grosso. A operação investiga tanto a produção quanto o armazenamento e compartilhamento de materiais de abuso sexual infantil, tratando o caso como prioridade devido à gravidade das acusações.
Em resposta aos fatos, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT) informou que Elson foi imediatamente afastado de suas atividades na escola onde atuava como diretor. A Seduc-MT afirmou que está acompanhando o desenrolar das investigações e que tomará medidas cabíveis para garantir a segurança e integridade dos alunos e funcionários da instituição.
O caso segue em investigação, e os materiais apreendidos passarão por análise pericial para confirmar se houve compartilhamento ou comercialização dos conteúdos. O Gaeco não descarta novas prisões e atua para identificar outros possíveis membros da rede criminosa.